A andragogia tem como objetivo entender essas motivações e como funciona o aprendizado para adultos. Malcolm Knowles, considerado o pai desta área de estudo, traz seis princípios que servem para nortear estes processos e nos ajudarão a compreender um pouco mais sobre o assunto.
Adultos não se abrem ao novo enquanto não souberem as razões da capacitação. Voltando a pergunta que eu te fiz no início desse texto, existem grandes chances de você ter chegado a esse conteúdo, pois sabia que o conhecimento adquirido iria te ajudar em algum aspecto prático do seu dia a dia.
Da mesma forma, para que um assunto interesse um adulto, a ponto da pessoa procurar e querer aprender, é necessário que o objeto de aprendizado realmente engaje o estudante. No âmbito da andragogia, a boa prática é explicar o motivo pelo qual seria interessante se aprofundar em um determinado tópico.
Com isso, se você quer ensinar algo para alguém, o primeiro passo é disponibilizar o motivo pelo qual você quer passar este conhecimento. O simples envio de informações básicas sobre a ação educacional e a informação do propósito da participação daquele colaborador pode fazer uma grande diferença no interesse que a pessoa vai dar ao assunto.
Quando falamos na aplicação da andragogia na educação corporativa, o aspecto de necessidade do aprendiz é um dos mais importantes para construção de experiências de aprendizado realmente focadas nos usuários. Este é um tema importante e complexo, então sugiro que você confira um artigo que preparamos sobre o assunto clicando aqui.
Pessoas mais maduras tendem a conseguir enxergar suas próprias necessidades e buscam de forma independente o que é necessário aprender para suprí-las. Dessa forma, é importante estimular o protagonismo do indivíduo e fornecer um amplo e variado portfólio educacional, provendo autonomia ao colaborador na busca pelo conhecimento.
A “bagagem” do indivíduo é algo extremamente importante. As experiências passadas moldam o modelo mental, a forma como vemos o mundo e agimos perante a ele. É interessante mapear as experiências para facilitar a associação e alavancar o potencial da aprendizagem. A troca das experiências pode ser muito enriquecedora para a discussão do grupo.
Na pedagogia, assume-se que as crianças estão “prontas” para aprender devido ao seu desenvolvimento biológico e acadêmico. Já na andragogia, os adultos estão prontos para aprender o que eles “precisam”, devido às fases de desenvolvimento que estão abordando em seus papeis como trabalhadores, cônjuges, pais, membros e líderes, usuários de lazer e afins.
Com a maturidade que a vida adulta proporciona, a prontidão para aprender se torna cada vez mais orientada ao desenvolvimento de tarefas. Um alinhamento entre as atividades educacionais e os desafios do dia-a-dia, faz com que os adultos tenham mais interesse no conhecimento.
Enquanto as crianças têm um aprendizado centrado no conteúdo, os adultos focam no conhecimento voltado à resolução de problemas. Ou seja, os adultos querem aprender aquilo que pode ter aplicação imediata. É importante estimular a superação de desafios e abordagens mais práticas, sempre enfatizando o contexto do assunto.
Por último, mas não menos importante, entra a motivação.
No que se refere a educação corporativa, existem diversos fatores externos como salário, bônus, carreira que podem ajudar no engajamento do colaborador, mas a verdadeira força que move a busca pelo aprendizado é a motivação intrínseca, seja pelo conhecimento, reconhecimento ou auto realização.
Busque sempre promover ações que tenham foco nestes fatores internos para motivar o colaborador no desenvolvimento de novos conhecimentos.
Agora que você já conhece um pouco mais sobre os princípios da andragogia, é importante levá-los em conta sempre que for pensar na construção das experiências de aprendizado, criação de conteúdos e definição de estratégias dos seus programas de treinamento.