Conteúdo em tempos de IA: a criatura vai superar o criador?
A Inteligência Artificial, cada vez mais presente em nosso dia a dia, ativa uma preocupação básica: se a tecnologia continuar a se desenvolver no ritmo atual, nós, humanos, vamos nos tornar “obsoletos”?
Na verdade, máquinas que se conectam, tomam decisões e distribuem informações de maneira inteligente, como aponta Steve Lowenthal, CEO da Kineo, em grande medida já fazem parte de nossas vidas há algum tempo. “Quando pensamos em automação substituindo empregos, as pessoas imaginam carros e robôs autônomos. No entanto, sistemas de software melhores e mais inteligentes já atuam silenciosamente, ‘nos bastidores’, causando um impacto tão grande quanto esses mais mencionados”, diz.
Em sua opinião, softwares inteligentes, assistentes pessoais e afins — que já fazem sugestões ou agem como interface para uma enorme quantidade de sistemas — vão atuar cada vez mais em nossas vidas, economizando tempo e esforço humano, especialmente na esfera da aprendizagem e desenvolvimento. “No futuro próximo, mentores e amigos vão poder ser digitais, nos acompanhando desde a escola e gerenciando nosso desenvolvimento ao longo da vida”, presume.
Para Lowenthal, a automação vai suprimir certas funções no local de trabalho, mas também vai ajudar a
Na opinião do especialista, à medida que os hardwares fiquem menores e mais discretos, a tecnologia vai se tornar mais integrada ao local de trabalho. Mas isso não significa o fim da interação humana. Para Lowenthal, não só os trabalhos vão continuar a demandar pessoas, como também a mesma tecnologia que conecta novos softwares inteligentes vai nos interligar de novas maneiras. “A realidade aumentada e a realidade virtual vão permitir que as pessoas compartilhem mundos digitais e enxerguem através dos olhos de outras pessoas, aproximando-nos. Vai ser possível compartilhar experiências e insights de uma forma que nunca pudemos antes. Milhões de alunos vão poder colaborar e trocar ideias facilmente mesmo de longe, fazendo com que a aprendizagem social à distância tenha uma qualidade parecida à da sala de aula, ainda que a experiência seja muito diferente”, diz.
Lowenthal acredita que os próximos anos serão emocionantes para os profissionais de Treinamento e Desenvolvimento e que o conteúdo terá um papel central nas transformações futuras. “O que vai causar uma grande mudança para aprendizes é a mudança do conteúdo na tela para o conteúdo total ao nosso redor, inteligentemente filtrado e instantaneamente ali no ponto de necessidade. Ninguém pode ter certeza exatamente para onde a Revolução 4.0 vai levar a aprendizagem, mas uma coisa é certa: será essencial ter um bom conteúdo”, conclui.
Mas como ter um bom conteúdo? Bem, isso é assunto para um próximo post, mas uma coisa é certa: independentemente do como ele é produzido (“a moda antiga” ou com o auxílio de ferramentas como o ChatGPT, por exemplo), a importância de uma boa curadoria antes, durante e depois do processo “construtivo” sempre terá um papel primordial.