Toda vez que pensamos em transformação digital é inevitável falar da importância da cultura organizacional. Apesar de muito estar sendo discutido nos últimos anos, esse ponto ainda é apontado por especialistas e executivos das empresas como elemento crucial para que o negócio das organizações possa prosperar de forma sustentável.
A maioria dos líderes reconhece a necessidade de transformar a cultura de sua organização, mas várias barreiras persistem. Crenças, valores da organização e estilo de liderança são as principais barreiras numa transformação cultural.
Embora se entenda que as tecnologias, redes sociais e arsenal de ferramentas que surgem no mercado dia após dia sejam utilizados nas vidas pessoais, o estilo típico de gestão comando-e-controle, por exemplo, ainda inibe os colaboradores em todos os níveis da organização de contribuir com ideias e colaborar efetivamente, mesmo em estruturas menos hierárquicas. É incrível como mesmo estruturas organizacionais mais modernas ainda sentimos falta da comunicação fluida e objetiva.
Falar de transformação digital já é pauta antiga. A tecnologia já está presente nas nossas vidas e já é usada – muitas vezes de forma até inconsciente – para a nossa conveniência. O que as empresas precisam se propor a fazer num processo de transformação digital e inovação é adotar de fato uma cultura orientada a aprendizagem e uso de tecnologia – fator essencial para lidar com o rápido ritmo das mudanças e fazer o negócio realmente prosperar.
Percebo que quando as organizações não dão prioridade à aprendizagem, fica mais difícil e lento seu processo de criar empatia por e entre seus públicos internos e externos. Com isso, cria-se o desafio de perceber as reais necessidades e objetivos dos diferentes stakeholders. Essa falta de atenção à aprendizagem também cria barreiras na evolução da empresa e reduz os impactos ao ecossistema em que a organização está envolvida.
O uso de tecnologia, entretanto deve auxiliar as organizações a repensar seus modelos de gestão. Desta forma as ferramentas tecnológicas fazem parte da cultura de forma orgânica e natural, ao invés de ser estritamente processual. A mudança de mindset para um formato digital e abrangente e deve ser mais importante que a manutenção de controle comumente aplicado em estruturas maiores e mais consolidadas.
Quando falamos em diversidade no mundo corporativo é importante dar destaque à “diversidade do pensamento”, que ainda é pouco debatida e pode ser um desafio gigante de ser posta em prática.
As lideranças são responsáveis por fazer o filtro e o encontro entre as necessidades da organização – e de seus clientes – e a forma como suas operações podem atuar de acordo com a experiência individual e o protagonismo dos atores envolvidos neste processo de inovação. Encontrar esse ponto ideal é fundamental para evolução no contexto atual e futuro.
À medida que as empresas consigam avançar em suas abordagens colaborativas, mindsets digitais, incorporar novas habilidades e processos de trabalho dinamicamente, é claro que elas se tornarão mais ágeis e criativas. Nesse sentido, conseguir balancear a cultura, estruturas organizacionais e talento será um desafio constante para a liderança das empresas. Uma cultura inclusiva faz da diversidade um alicerce para o sucesso sustentável.