Desde que Gerd Leonhard, fundador da The Futures Agency e autor do livro Tecnologia vs Humanidade, afirmou há algum tempo que o que mais vai mudar nossas vidas nas próximas décadas diante do ritmo veloz das mudanças tecnológicas é a Inteligência Artificial (IA), um grande medo da iminência de um mundo sem emprego (hoje principalmente personificado pelo já famoso ChatGPT) vem assombrando a esfera do trabalho.
A apreensão se justifica. Segundo pesquisas, a IA teoricamente poderá substituir 40% a 50% dos empregos só nos Estados Unidos. “A disruptura dos mercados de trabalho será muito grande, muito real e muito em breve”, diz Kai-Fu Lee, fundador da Sinovation Ventures, ex-presidente do Google China e autor do livro AI Superpowers.
Mas se a automação em massa é inevitável, como serão as carreiras profissionais no futuro? E, mais especificamente, quando as máquinas conseguirem fazer tudo o que fazemos, o que vai significar “ser” humano? Continue a leitura e saiba mais sobre o assunto!
O futurista Leonhard diz que o resultado de máquinas inteligentes trará, em primeiro lugar, um aumento na taxa de desemprego, seguido de esforços globais para treinar as pessoas para além do que pode ser automatizado e, portanto, a criação de novos empregos que, atualmente, nem podemos imaginar.
De fato, especialistas acreditam que a tecnologia vai aumentar o número de novos empregos de alta qualificação, utilizando melhor habilidades criativas latentes que de outra forma seriam desperdiçadas antes de os trabalhos de rotina serem automatizados.
Ainda segundo Leonhard, tudo que não puder ser digitalizado vai ter muito mais valor, como as qualidades únicas que nos fazem ser humanos. “No fundo, vejo isso mais como oportunidade do que ameaça, porque o futuro do trabalho humano é fazer o que as máquinas nunca vão conseguir: tudo o que envolver compaixão, empatia, criatividade, imaginação”, diz. Ou seja: cada vez mais o grande diferencial entre homem e máquina no mercado de trabalho residirá nas soft skills.
Ele prevê que “tirar de cena” os seres humanos vai, cedo ou tarde, levar a uma “re-humanização”, ou seja, colocar os seres humanos de volta ao circuito onde as habilidades humanas vão ser indispensáveis.
Kai-Fu Lee também argumenta que a vantagem humana sobre a IA está no nosso arsenal de soft skills. Para ele, a IA pode até substituir trabalhos de rotina, mas nunca vai ser capaz de substituir o que ele chama de “trabalhos compassivos”, em que os humanos vão se sobressair.
“No mundo pós-IA, vamos precisar de muito mais trabalhos humanistas que celebrem nossos cérebros e corações insubstituíveis, como, por exemplo, assistentes sociais que ajudem as pessoas a fazer a transição, cuidadores mais compassivos que usem IA para diagnóstico e tratamento médico, envolvendo dados frios com calor humano, ou professores que ajudem crianças a prosperar no admirável mundo novo”, exemplifica.
Kai-Fu Lee aponta a evolução da simbiose entre IA e o humano no trabalho em 04 etapas:
1. IA fará os trabalhos repetitivos para nós;
2. Ferramentas de IA vão ajudar cientistas e artistas a ampliar sua criatividade;
3. Para trabalhos não-criativos, mas compassivos, a IA fará a análise de dados e os humanos vão envolver isso com calor e compaixão;
4. Haverá empregos em que os humanos vão se destacar sem nenhuma IA.
Em suma, o que pode ser entendido por meio das previsões desses futuristas é: não tenha medo do avanço da IA, mas comece a se preparar desde já para adquirir aquelas habilidades que, pelo menos por enquanto, são exclusividades do bom e velho homo sapiens.
Texto por Rodrigo de Godoy, Diretor de Arquitetura Educacional e Soluções Integradas do UOL EdTech.
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