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O que aprendemos na Work & Learn RH de Outubro - UOL EdTech

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A Work & Learn RH de Outubro foi um grande sucesso! Tivemos mais de 2.000 pessoas acompanhando ao vivo às palestras e o painel de debates, discutindo e tirando muitos insights ao longo das 3 horas e meia de evento. E, como sempre fazemos, hoje é o dia de divulgar o que aprendemos na Work & Learn mais cabeça que tivemos.


O tema foi “O dilema dos dados e o RH”. Pensando em como o RH pode se apropriar dos dados que estão disponíveis para se tornar cada vez mais estratégico para os negócios. A pauta também propunha, como foi discutido principalmente no painel de debates, como agir de maneira ética sobre o uso de dados. Bora aprofundar no que a gente aprendeu com cada um dos palestrantes e painelistas?

 

O que aprendemos com Marcelo Tas sobre Inovação e criatividade na Era Digital?

 

O jornalista, apresentador e palestrante Marcelo Tas começou sua conversa falando que desejava colocar 3 minhocas na cabeça da nossa audiência. Com uma apresentação irreverente e bem-humorada, Tas apresentou a primeira de suas minhocas: as mudanças exponenciais.


Em nosso e-mail convite divulgando a participação do Tas, falamos um pouco sobre a exponenciabilidade da produção e consumo de dados, numa timeline que começa nos anos 2000 até o momento, mas o apresentador trouxe também uma visão dos primeiros grandes saltos no consumo e produção de dados – como a prensa de Gutenberg, que foi a precursora do jornalismo escrito e das editoras gráficas, o que permitiu a popularização e aumento de distribuição de conteúdos escritos. Outra grande mudança exponencial foi a criação do conceito de redes digitais, por Alan Turing durante a Segunda Guerra Mundial. E a terceira grande exponcialização citada pelo jornalista é o desenvolvimento do primeiro iPhone, em 2007, que abriu alas para a popularização dos smartphones – que viraram, em seguida, smart devices, chegando à Internet das Coisas na metade dos anos 2010.


Para finalizar sua primeira minhoca, Tas explica que 30 passos lineares, equivalem a aproximadamente 30 metros, enquanto que 30 passos exponenciais são mais de 1 bilhão de metros – o que daria para dar pelo menos 25 voltas ao redor da Terra.


A segunda minhoca apresentada por Marcelo Tas é o paradoxo viés x colaboração. Ele inicia o argumento sobre essa minhoca falando sobre efeitos colaterais da pandemia na comunicação e na desinformação.

 

Principalmente no começo do ano, a enxurrada de informação causou uma infodemia – diferentes pontos de vista sobre como deveríamos agir, cada um com suas benesses ou efeitos colaterais, deixou a população em crise.


Para elucidar, Tas apresenta a história do rei e dos sábios cegos a quem ele pediu que avaliassem um elefante. Como cada um dos sábios avaliou uma parte exclusiva do elefante, cada um deles apresentou uma visão, não o todo do elefante. E isso acontece com vieses em uso de dados, ou mesmo em outras situações (pessoais ou profissionais) – cada pessoa pensa e age de acordo com o seu viés – ou ponto de vista.


O jornalista encerra o argumento dizendo que há um lado positivo em vieses: quando juntamos pessoas de diferentes origens, com diferentes ideias e ideais, a colaboração se torna mais rica e mais assertiva em oferecer soluções para os problemas alheios.


E aqui entramos na terceira minhoca de Tas: a diversidade. Existe uma infinidade de estudos sobre como a diversidade e inclusão nas organizações leva os resultados da empresa para outro patamar. Mas ainda exstem algumas barreiras de diversidade impedindo a colaboração: barreiras sociais, de origem, de gênero, etárias, de raça, dentre outras.


Para finalizar sua apresentação, Tas faz um recap da importância de entender e como acompanhar as mudanças exponenciais, reforça que vieses são consequência da diversidade e que é preciso abrir espaços para que todos possam participar dos debates e decisões.

 

O que aprendemos com Lisiane Lemos sobre Big Data?

 

A executiva de vendas da Google começa sua palestra dizendo que sua apresentação não era sobre big data, mas sim sobre como montar planos de ação usando dados. Ela pergunta qual é o objetivo que você pretende alcançar com o uso de dados e explica que tudo fica mais fácil.


Ao compartilhar sua jornada profissional, Lisiane conta que sempre foi muito curiosa e sempre gostou de estudar. E, embora ela seja filha de uma professora de matemática, seu caminho nunca foi o de exatas. Ela fala também que percebeu cedo que o mundo precisava de tradutores: pessoas que entendem de lógica e de relações humanas.


A paixão de Lisiane por estudar, somada ao seu sonho de viajar a trabalho e de morar na África fizeram com que ela se destacasse cedo no mercado como uma das mais promissoras jovens lideranças (Forbes 30 under 30, 2017). Mas esse destaque fez também com que ela se apaixonasse pelo cargo que queria ocupar e isso lhe rendeu muitos aprendizados. A palestrante deixa uma sugestão aos profissionais de Recursos Humanos, de olhar, orientar e desenvolver os colaboradores de uma organização para que o atrito gerados quando profissionais se apaixonam pelo cargo sem ter a bagagem de habilidades necessárias para assumí-lo.


Em seguida, Lisiane afirma que toda empresa hoje em dia é ou vai passar a ser uma empresa de tecnologia se quiser continuar competitiva no mercado. E, sobre esse tema, ela segue dizendo que a maior parte das empresas de tecnologia tem certificações próprias de seus produtos e serviços, então uma boa forma de começar a fazer parte desse universo é investir em ter essa certificação.


Por fim, Lisiane dá algumas dicas para quem quer começar a usar dados para estruturar seus planos de ação: use os números e informações para contar uma história bem estruturada; escolha um problema de negócio para resolver; tente reconhecer padrões; lembre-se que networking faz parte do seu trabalho e acompanhe a LGPD, para ter um uso ético de dados.

 

O que aprendemos com Andrea Iorio sobre Marketing Invisível?

 

Andrea Iorio começou a sua apresentação falando que as pessoas não acreditavam muito quando ele falava que trabalhava no Tinder, principalmente porque diziam nunca ter visto alguma campanha ou anúncio do aplicativo. Ao pensar quais eram os principais fatores disso, Andrea chegou à algumas conclusões.


Andrea provoca que é importante comemorar os fracassos, principalemente porque estamos comemorando dados de abertura de e-mails e impacto restrito de ações de comunicação. Ele fala que o modelo de marketing atual tem algumas falhas. Antigamente tínhamos um consumo baseado em necessidade e, agora tratamos o consumo como commodity, criando a necessidade e obsolescência.


O palestrante segue dizendo que hoje nós geramos tantos dados que não temos capacidade técnica humana para filtrar e entender esses dados, o que faz com que disperdissêmos muitas das informações que estão disponíveis.


Mas Andrea fala que o digital não trouxe apenas problemas. É por meio do digital que conseguimos aumentar os pontos de contato com a nossa audiência – seja interna (colaboradores, fornecedores, etc) ou externa (clientes, prospects, fãs da marca). Esses dados também podem – e devem ser usados para personalização. Ele ainda considera que uma comunicação mais personalizada com sua audiência gera user generated content, que nada mais é que a produção espontânea de conteúdo por parte do usuário, que se sente valorizado por conta da personalização.

O palestrante fala do movimento que a Disney fez ao cancelar seu licenciamento de conteúdo para outras plataformas de streaming e lançar a sua própria plataforma para chegar mais perto de seu público. Ele fala também sobre a questão de intermediação – como era a Netflix para a Disney. Ele considera que a intermediação do colaborador dentro de uma organização é a hierarquia. Ainda sobre a visão de uma empresa, Andrea levanta a questão de que as empresas precisam ter uma visão mais ampla de sua marca – como ela é vista pelo candidato antes dele virar um colaborador e depois, quando ele sai da empresa.

Andrea envereda sua fala para inovação e cita Simon Sinek, ao dizer que “é importante inovar porque devemos, não porque podemos”. Ele explica que a busca por maneiras mais simples de trabalhar, ou resolver problemas. O palestrante explica que a inovação não está na ideia ou na estratégia, mas na execução.

Para finalizar, Andrea recapitula: é importante não focar só na transação, porque só isso não garante uma boa experiência e é a experiência que garante a recompra. E é imprescindível focar em uso de dados para personalizar as ofertas, para conquistar também o conteúdo gerado pelo usuário.


O que aprendemos no painel de debates?


Para o painel de debates, convidamos José Borbolla, program manager dos cursos de dados da Tera e Tomás Duarte, CEO da Track.co. O painel começa com Katycia Nunes, nossa Consultora de Serviços Educacionais, falando que no Fórum Mundial Econômico de 2018 já havia um indício que as competências do futuro e perguntando se os painelistas concordam com isso. José Borbolla comenta que dados são o novo ecossistema de gestão empresarial e que isso vai crescer cada vez mais. Ele explica que nos próximos 3 anos, as empresas deverão gastar milhões de reais para recapacitar profissionais com habilidades de gestão e leitura de dados. Tomás Duarte comenta também que os futuristas apontam que em 2100 os seres humanos não precisarão mais trabalhar. E Andrea Iorio comenta que a tomada de decisão com base de dados ainda é com dados passados, não com dados em tempo real, mas que com o avanço das tecnologias, o grande diferencial humano é aprender o que os dados estão dizendo.


Katycia segue perguntando como a área de pessoas pode usar os dados para tomar as melhores decisões em relação à cultura e entrosamento das pessoas. José Borbolla fala que a capacidade analítica de uma organização não deve ser simplesmente contratar cientistas de dados para lidar com essas informações, mas ter data translators, ou seja, pessoas que são capazes de ler dados e levar os insights para as áreas de negócios. Andrea comenta que o RH ainda está começando a buscar essas pessoas que saibam ler dados e entendam de pessoas também. Ele completa que é preciso também personalizar a experiência dos colaboradores para termos melhores informações para o negócio. Tomás completa que há um gap muito grande entre a experiência do colaborador e a experiência do cliente.


Tomás também comenta que a falta de maturidade e gestão da experiência do colaborador faz com que os próprios funcionários de uma empresa sejam detratores da marca – ou seja, não indiquem o serviço. José Borbolla completa dizendo que essa estruturação de dados é imprescindível para ter colaboradores cada vez mais felizes.


Katycia pergunta sobre a criação e uso de dashboards. Sobre isso, Tomás comenta que é importante que os dashboards realmente sejam usados e não mais uma paisagem no meio da organização, que fica ali o dia inteiro disponível, mas que não é usado para tomadas de decisão.


Sobre a LGPD, Andrea Iorio coloca que a regulamentação vai ajudar a definir quais dados podem ser solicitados e quais não, mas completa que além de serem coletados, esses dados precisam ser filtrados e realmente usados para melhorar a experiência do usuário com a marca.


Para finalizar, os painelistas falam da importância do uso ético de dados e da transparência que deve ser pré-requisito para que empresas e profissionais cresçam de maneira sustentável e ética, sem causar impactos danosos ao ecossistema em que estão inseridas e à sociedade.