Mais uma edição a Work & Learn RH concluída e a energia foi lá em cima! Nesta edição, trouxemos o palestrante mais requisitado da história da Work & Learn, o professor Mario Sergio Cortella. E, para fechar uma dupla de responsa, convidamos também a professora Marisa Eboli.
O resultado você já sabe: 3 horas de muita aprendizagem digital, muita interação no chat e a energia altíssima de vocês nas redes sociais. Fomos quase 5 mil aprendizes, trocando muita ideia de altíssimo nível. E, antes da gente entrar já no gás de começar a preparar a edição de outubro da Work & Learn RH, a gente cumpre a promessa do resumão para que você compile seus aprendizados.
A professora Marisa Eboli começa sua palestra contando como se deu seu interesse pela área de educação corporativa e explicando a principal diferença das áreas de T&D comuns versus a área de educação corporativa. Segundo ela, o trabalho de T&D é capacitação funcional de colaboradores. Em outras palavras, a área de T&D treina e desenvolve capacidades on the job, ou seja, aquelas competências que o profissional precisa ter para exercer o dia a dia de seu trabalho. Já a área de educação corporativa é estratégica e visa garantir o reskilling dos colaboradores de forma sistemática e voltada para o crescimento sustentável do negócio.
Marisa segue falando sobre a importância de investir em educação corporativa para alavancar a competitividade da organzação. Ela diz que o papel da educação corporativa é, também, fixar os valores da organização no dia a dia do profissional. Ou seja: educação corporativa é parte fundamental da criação e divulgação da cultura da empresa. A professora arremata dizendo que “investimento em educação mais trabalho duro: mesmo nas piores crises, funciona”.
Sobre as vantagens da educação corporativa para o profissional, a professora responde com uma frase do Tiger Woods “quanto mais treino, mais sorte”. Ela reforça a importância da formação e do treinamento para se tornar excelente em alguma função. Marisa também dá luz à importância do lifelong learning para o desenvolvimento profissional.
Em seguida, a professora fala dos 7 princípios do sucesso na educação corporativa. Ela começa citando o livro Corporate Universities: lessons in building a world-class work force de Jeanne Meister, que versa sobre 12 princípios da educação corporativa e conta sobre como ela revisou seu próprio livro – “Educação Corporativa, mitos e verdades”, quando um aluno fez uma questão sobre as diferenças entre princípios e práticas.
Marisa define os princípios como conceitos quase filosóficos do sucesso, que devem ser sempre sucedidos por práticas que garantam a aplicação desses princípios de modo a alcançar o sucesso. Os 7 princípios mapeados pela professoa Marisa Eboli são:
1. Competitividade – pessoas bem capacitadas tornam a organização mais competitiva;
2. Perpetuidade – a educação corporativa como forma de transmitir a cultura organizacional;
3. Conectividade – amplia a colaboração e a qualidade das redes internas;
4. Disponibilidade – o acesso fácil ao conteúdo, a qualquer hora, em qualquer lugar;
5. Cidadania – o exercício individual de cidadania no ambiente corporativo e fora dele;
6. Parceria – desenvolvimento de parcerias entre líderes e gestores com insitituições de ensino, para garantir a capacitação constante dos profissionais;
7. Sustentabilidade – busca ser um catalizador de resultados para a empresa, garantindo assim, o crescimento sustentável e escalável do negócio.
Marisa segue falando da importância do EAD na educação de maneira geral e conta que, no mundo, se tem ciência do EAD desde o século XVIII, mas que no Brasil, o primeiro curso EAD foi do Jornal do Brasil e era de datilografia. A professora arremata dizendo que a pandemia deve permitir que a gente evolua muito nosso sistema educacional e as possibilidades do ensino no Brasil e no mundo.
A professora segue falando da importância do papel do Chief Learning Officer e suas funções. Ela diz que esse profissional precisa ser estratégico, entender muito do negócio e ter na palma da mão a cultura organizacional; ele precisa liderar, e integrar educação corporativa, gestão do conhecimento e aprendizagem. É um profissional de alianças, com alto capital político na organização e que sabe operar a educação como um negócio, além de ser um promotor da inovação na empresa e gerir bem os recursos e estrutura de educação.
Já o líder educador, aquele que efetivamente cria a learning organization, tem 7 papéis fundamentais para garantir o sucesso do projeto: ser visionário para apontar o caminho da educação corporativa na organização, tem de ser patrocinador do projeto e encorajar os colaboradores a participar, ele é controlador e participa ativamente do desenvolvimento de competências, é especialista e consegue idealizar e desenvolver as competências necessárias para o negócio, é professor e tem papel de ensinar também, é um aprendiz e sempre busca aprender também e, por fim, é também um comunicador, responsável por divulgar e promover a educação corporativa dentro e fora da organização.
A professora Marisa Eboli encerra sua fala com alguns conselhos: aos líderes, no contexto remoto, ela diz “use a tecnologia como ferramenta, não como desculpa” e “comunique-se da maneira que é melhor para a sua equipe, não seguindo a sua preferência”. Ela ainda complementa a importância de entender o que as pessoas da sua equipe estão pensando, não só o que elas estão fazendo, reforçou a necessidade do feedback para atingir os resultados.
O professor Cortella começa falando das características que nos fazem atravessar crises e nos adaptarmos. Ele fala de como os avanços tecnológicos facilitaram a nossa vida e que hoje podemos nos conectar online em eventos como a Work & Learn. Cortella conta um pouco sobre o final de ano que passou em família para contextualizar que hoje a gente sente saudades do dia a dia que tínhamos em 2019.
Ele cita uma frase de Emmanuel Kant: “mede-se a inteligência do indivíduo pelo número de incertezas que ele é capaz de suportar” e explica que suportar não significa desistir, mas sim, resisitir, vencer e ascender após a tempestade.
O professor segue seu raciocínio com outras duas citações: uma de Millôr Fernandes: “se você não tem dúvidas, é porque está mal informado” e explica que a dúvida e a angústia são bons sinais de que não estamos alienados e sim, que estamos cientes do que está acontecendo ao nosso entorno, não só no trabalho, mas na vida como um todo. A segunda citação, é do poeta Paulo Leminski: “pra que cara feia, na vida ninguém paga meia”. Mais uma vez, Cortella explica: ao invés de ficar de cara feia para o que está acontecendo, é importante que a juntar as inteligências coletivas e enfrentar o momento. O professor arremata com uma citação de Shakespeare em Henrique IV “ou afunda, ou nada”.
Cortella explica que estamos vivendo de modo isolado e explica que estar sozinho, não é estar solitário e fala que precisamos, coletivamente, pensar, sentar e lutar contra os percalços que aparecem em nossa vida. Ele também comenta a saudades e seu gosto por encontrar seus netos e netas de maneira sensorial, não só audiovisual, como estamos vivendo há mais de 190 dias.
Ele conta uma experiência que viveu com sua neta, que está aprendendo a tocar teclado, em meio ao isolamento e como isso o emocionou. A garota tocou a introdução da passagem de Inverno, parte da obra As quatro estações de Vivaldi, um compositor que o professor gosta muito. E sua emoção se deu por poder fazer parte desse momento e viver isso. A essa passagem ele indica ser um formato de audiência ativa, assim como é a aula expositiva dada na Work & Learn. Cortella diz que sabe que deseja voltar ao palco e à sala de aula, mas que entende que hoje, graças à tecnologia, ele pode estar em locais diferentes.
O professor segue seu raciocínio dizendo que a tecnologia não vai substituir outros formatos, mas sim, trazendo um espaço de convergência. Ele explica que a o jornal não matou o teatro, assim como rádio não matou o jornal e a tevê não matou o rádio. Todos esses formatos ainda existem e vivem em convergência. Cortella defende: “não podemos ter nenhum tipo de formatofobia ou formatolatria”, o que significa que não devemos Golpista novos formatos, porque a tecnologia não é exclusiva, mas também não podemos idolatrar tecnologias e formatos porque eles são mutáveis e a gente precisa sempre reinventar a forma como fazemos as coisas.
Para finalizar, Cortella diz que todo ser humano viveu na era contemporânea, mas não vivemos a contemporaneidade do mesmo modo, porque nossas experiências, vivências e formas de contato não são idênticas e isso é positivo porque estimula a diversidade e pluralidade do mundo.
Ao ser perguntado qual é a principal estratégia para engajar as pessoas para a educação, Cortella responde que a principal estratégia é o exemplo. Ele segue dizendo que é importante liderar e convencer as pessoas por exemplo, sem distanciamento entre o dito e o feito.
Cortella também explica que sinergia é uma soma de simpatia e sintonia e é isso que faz com que possamos colaborar com as pessoas, mesmo à distância. Ele segue explicando que individualmente temos nossas forças e fraquezas, mas coletivamente, somamos forças diferentes e minimizamos as fraquezas, de forma que também conseguimos minimizar os erros.
Por fim, o professor responde a uma pergunta sobre como seremos quando pudermos voltar a vivenciar o contato físico e presencial, dizendo que não seremos inéditos. Teremos algumas mudanças na forma como nos portamos, mas não serão mudanças extremamente disruptivas.
O painel de debates teve a participação da professora Marisa Eboli, da nossa Consultora de Soluções Educacionais Katycia Nunes, e Ana Karine Menezes, que é Head de Customer Success. O debate começou com uma pergunta para a professora Marisa Eboli sobre como lançar uma boa estrutura de educação corporativa. Ela responde que se houve uma boa modelagem do projeto, é importante definir um sistema de governança e envolver a liderança no processo, assim como as áreas de tecnologia e comunicação, para garantir o engajamento das pessoas.
Katycia reforça que muitos clientes nos procuram para auxiliar nesse processo de modelagem da estrutura de educação corporativa e ela diz que as áreas de pessoas têm uma grande dificuldade em começar a pensar um projeto e estrutura de educação.
Ana Karine levanta o ponto da importância da adaptabilidade, não só neste momento de crise, mas em relação a todo o momento. Ela explica que, na educação corporativa, a adaptabilidade é a capacidade de entender as necessidades da organização e mudar o seu mindset em relação às tarefas e habilidades que não nos agradam.
Katycia complementa que não existe nenhum projeto de educação – corporativa ou não, que foque apenas nas coisas que as pessoas precisam saber tecnicamente. Hoje precisamos ter uma visão mais holística, com desenvolvimento habilidades técnicas e comportamentais.
Marisa discorda e diz que ainda existem sim habilidades que sejam obrigatórias, mas que o gatilho de engajamento da obrigatoriedade de um aprendizado tem de ser uma forte conexão com a própria carreira. Quando o colaborador tem uma forte conexão com sua carreira, ele tem um mindset voltado para transpor tarefas obrigatórias, mas desagradáveis.
Sobre como desenvolver um projeto disruptivo de educação corporativa, Katycia responde que é importante ter um apelo emocional forte, competências de análise de dados e tomada de decisão e continuidade dos projetos de educação.
A professora Eboli complementa dizendo que é importante conhecer o perfil comportamental de cada geração para entender a relação das pessoas com a tecnologia e, assim, possámos aplicar a metodologia correta para o público correto.
Para finalizar, Katycia e a professora Marisa Eboli concordam que a conectividade é que vai ser um grande divisor de águas nos processos de trabalho daqui para a frente.