Lifelong learning: o que é e como desenvolvê-lo?
Criar uma cultura de lifelong learning dentro de uma organização é um grande desafio, mas é recompensador. Saiba mais sobre o conceito!
Você sabe o que é lifelong learning? Trata-se de um conceito bastante vinculado à vida profissional, mas não fica restrito a ela, podendo ser aplicado também como estilo de vida individual que significa, em tradução livre, “aprendizagem ao longo da vida”, ou “aprendizado contínuo”.
Quando falamos de lifelong learning, não estamos restritos apenas a ideia tradicional de aprendizagem, como a que é ofertada em faculdades, por exemplo. O foco desta modalidade envolve também as inúmeras modalidades de aprendizagens que ocorrem a todo momento; quando entramos em contato com uma ideia nova, quando conhecemos um lugar novo, quando conversamos com uma pessoa que nos inspira a ver as coisas de outro modo e etc.
Neste artigo, você vai entender o que é lifelong learning, como é possível se aprimorar como um lifelong learner de maneira fácil, quais são seus benefícios e de que maneira as empresas podem estimular essa cultura para se desenvolver. Confira!
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Quais são os pilares do lifelong learning?
Agora que temos o conceito claro, o que o fundamenta e o mantém de pé até hoje? De forma consensual, existem quatro pilares adotados pelos profissionais quando se fala de lifelong learning que ajudam a defini-lo.
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1. Aprender a conhecer
- Nesta etapa, é importante ter interesse em conhecer novas informações e aprender com elas. É possível desenvolver esse pilar por meio da busca por novas ideias, questionamentos e estudos em diferentes áreas, aprimorando assim o senso crítico.
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Nesta fase, a principal missão é adquirir conhecimento de maneira questionadora, além de somente reproduzir um método, o que o força a pensar sobre ele. Isso consequentemente desenvolve um conhecimento autônomo que pode ser construído e reconstruído das mais diversas formas.
2. Aprender a fazer
Quando colocamos o que aprendemos em prática, aprendemos muito mais e é disso que essa fase se trata. Ela estimula que as pessoas tenham iniciativa para fazer o que elas aprenderam em teoria, não fique só na teoria.
Nesse contexto, é importante destacar que a educação contínua valoriza habilidades comportamentais, como a capacidade de se adaptar a mudanças, trabalhar em equipe, ter iniciativa e proatividade, além de desenvolver a inteligência emocional.
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3. Aprender a conviver
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- Este aspecto reforça a importância de aprender por meio da convivência com outras pessoas e da troca de experiências, como uma nova forma de encarar o networking e tornar o aprendizado mais eficiente.
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Este pilar da educação ao longo da vida está relacionado a conceitos como empatia, vínculos sociais e resolução de problemas, por exemplo, a fim de alcançar um ambiente de trabalho cada vez mais colaborativo.
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4. Aprender a ser
Nesta fase, a autonomia é fundamental. Esse pilar implica que as pessoas devem ter a capacidade de se autoinstruir e aprender com base nas suas próprias escolhas.
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Neste pilar, o lifelong learning enfatiza a evolução da forma de agir, aprimorando habilidades como autonomia e senso crítico. Este método valoriza a ideia de desenvolver novas competências por meio de uma aprendizagem constante.
Por que é tão importante investir em lifelong learning?
Mencionado no Future of Jobs 2023, do Fórum Econômico Mundial, o lifelong learning foi considerado uma das habilidades mais importantes para serem trabalhadas nas empresas durante este ano. Mas por quê?
À medida que as transformações ocorrem, parte significativa dos conhecimentos se desatualiza rápido — o que faz com que a obtenção do diploma não seja mais o ápice final de construção deles. É a essa conclusão que chegou o estudo Future of humans – Changing lifestyles, rising opportunities (“Futuro dos humanos - mudando estilos de vida, aumentando oportunidades”, em tradução livre), lançado em 2020 pelo grupo financeiro suíço UBS.
Inicialmente, partindo do pressuposto que o aprendizado é uma habilidade inata do ser humano, entender o conceito é bastante simples. Quando bebês, nosso cérebro é uma esponja, capaz de fazer a quantidade impressionante de 1 milhão de conexões entre neurônios por segundo e, por mais que essa atividade se reduza conforme o cérebro amadurece, ela perdura até o fim da vida, portanto somos todos lifelong learners de certa forma.
É fato que o aprendizado nos dias de hoje é recorrente: não se deixa de aprender após conseguir um trabalho já que nós estamos constantemente aprendendo com cursos, palestras e até mesmo conteúdos digitais como podcasts dos mais diversos temas, por exemplo. Por conta disso, é importante ter interesse por essa skill.
Além disso, já se tornou praticamente um lugar-comum apontar que as sucessivas Revoluções Industriais fazem humanos e máquinas “competirem” pelos mesmos espaços nos setores produtivos. O avanço contínuo e rápido das tecnologias, que provoca mudanças constantes a nível quase diário para empresas e seus funcionários, faz com que assimilar a aquisição de conhecimento e o desenvolvimento de competências como tarefas restritas apenas aos anos universitários deixe de fazer sentido.
Ou seja: a aprendizagem, em tempos contemporâneos, está cada vez mais exigindo o processo de lifelong learning, em diversos meios: treinamentos corporativos, cursos livres, especializações, ou estudo por conta própria, em casa. “O aprendizado constante, autodirigido, livre, colaborativo e, que representa o lifelong learning, tem se mostrado a melhor opção para quem deseja manter seus conhecimentos e habilidades atualizados para a nova economia”, aponta João.
Portanto, aprender com erros e buscar melhorar pessoal e profissionalmente são ações intimamente relacionadas a se tornar um lifelong learner. Empresas que promovem a cultura de aprendizado contínuo também veem na prática os efeitos dessa constante busca por se aprimorar.
Como desenvolver o lifelong learning sem impactar a saúde mental?
Entendemos que adotar estratégias de lifelong learning se tornou praticamente um imperativo. Entretanto, colocar essas ações em prática requer, antes de tudo, um cuidado para que elas não entrem em conflito com uma vida saudável, física e psicologicamente.
Essa preocupação advém do que chamamos de “infoxicação”, neologismo que mistura “informação” e “intoxicação” para dar nome ao sentimento de ansiedade relacionado ao volume avassalador de informações que recebemos todos os dias. Os algoritmos das redes sociais são estruturados para manter seus usuários o máximo de tempo possível nos aplicativos. Estamos o tempo todo sob uma chuva de propagandas e estímulos que nos impelem todo o tempo a consumir cada vez mais. Além disso, a própria agilidade e dinamicidade da tecnologia e das relações profissionais e pessoais de hoje acaba por influenciar as pessoas a se verem como verdadeiras “máquinas” de produzir.
Com todo esse excesso, adicionar mais um elemento à equação pode até assustar quem já se sente “infoxicado”. Porém, há uma boa notícia nesse sentido: o lifelong learning deve ser encarado como algo à parte do excesso de informações, uma vez que ele está diretamente associado à construção de um hábito saudável de aprendizagem do que da absorção de informações muitas vezes inúteis (ou que pouco contribuem para o desenvolvimento pessoal).
Para garantir que a incorporação do lifelong learning à rotina aconteça de forma bem planejada e saudável, é importante pensar sobre os seguintes quatro pontos:
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1. Ressignifique o aprendizado
- Se estamos o tempo todo aprendendo, desde o momento em que nascemos, por que é tão comum restringir a concepção de aprendizado apenas aos momentos em que estamos fazendo cursos na educação formal? Podemos aprender em inúmeras situações diferentes: conhecendo pessoas novas, viajando para lugares, lendo livros e estudando por conta própria, vivenciando situações nunca antes experimentadas… Ressignificar a concepção de aprendizagem, portanto, é essencial para quebrar o estereótipo de que só aprendemos em momentos específicos e, muitas vezes, mais “cansativos”.
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2. Filtre o que é importante
- O excesso de informações da era contemporânea é inevitável. Entretanto, o que pode ser modificado é a forma como nos relacionamos com esse excesso, por meio de uma seleção mais criteriosa do que se quer consumir. Aprender a fazer escolhas que ajudem a evitar o sentimento de “infoxicação” é fundamental para começar a incorporar o lifelong learning.
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3. Defina o que você realmente quer aprender
- Pouco adianta buscar uma cultura de aprendizado contínuo se ela não fizer sentido. Para evitar isso, é importante mapear seus interesses: afinal, o que você realmente quer aprender? O que te motiva, o que te traz prazer?
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4. Aprenda no seu ritmo
- Criar os hábitos para manter uma rotina de lifelong learning passa, necessariamente, por manter aderência às estratégias criadas. E isso só acontece se essas estratégias fizerem sentido para a sua rotina. Assim, não adianta criar metas muito mirabolantes, que exijam um esforço ou tempo dos quais você não dispõe. É muito mais importante fazer uma análise minuciosa da própria rotina, com um olhar realista que indique quais são de fato os momentos em que você conseguirá se dedicar ao aprendizado.
Qual a relação do lifelong learning com upskilling e reskilling?
Ao longo deste artigo, vimos que a automação e o avanço incessante da tecnologia são elementos que estimulam as pessoas a buscarem cada vez mais uma cultura de aprendizado contínuo. E neste contexto, ganham notoriedade dois conceitos: upskilling e reskilling.
O relatório “Upskilling for Shared Prosperity”, publicado em 2021 pelo Fórum Econômico Mundial, indica que as regiões e as economias que mais prosperam e que tendem a dominar o cenário econômico global nos próximos anos são as que trabalharão para reduzir as lacunas entre as habilidades que as pessoas já têm e as competências que começam a ser necessárias para manter o ritmo de inovação.
O primeiro, upskilling, refere-se a quando um profissional precisa aprimorar seus conhecimentos nas áreas nas quais já está inserido, aumentando o seu domínio sobre o assunto e, consequentemente, aumentando sua adaptação a mudanças futuras.
Já o segundo, reskilling, acontece quando um profissional precisa buscar novas habilidades para se requalificar no mercado de trabalho, pois sua tarefa passou a ser automatizada - e isso faz com que esses profissionais tenham que buscar desenvolver novas competências para assumir desafios em outros cargos.
A transformação digital está impondo um ritmo de mudanças que exige rápidas adaptações do mercado de trabalho. Não é novidade que muitas áreas e cargos que demandam conhecimentos especializados em novas tecnologias hoje encontram-se com carência de profissionais, e tanto o upskilling quanto o reskilling servem justamente para preencher essa lacuna de habilidades e adequar os trabalhadores às novas necessidades dos negócios.
Confira este material para se aprofundar em upskilling
Como implementar o lifelong learning nas empresas?
A boa notícia é que as empresas não estão sozinhas nesse processo de implementação de uma cultura de aprendizagem forte. As soluções do UOL EdTech para aprendizagem organizacional contínua permitem que esse planejamento ocorra de maneira personalizada, de forma a atender às necessidades específicas de cada empresa a partir de um framework com cinco passos essenciais. São eles
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1. Defina objetivos
- Nesse momento, a empresa define seus objetivos estratégicos e de que maneira eles podem estar relacionados aos propósitos individuais dos colaboradores.
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2. Delimite habilidades desejáveis para a empresa
- Com os objetivos em mente, fica mais fácil avaliar quais são as habilidades que a empresa deseja que seus colaboradores desenvolvam — o que facilita o processo de aprendizagem para todos.
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3. Crie das estratégias de aprendizagem
- Nesse passo, as empresas definem quais serão os meios pelos quais as aprendizagens ocorrerão, quais conteúdos serão passados, em quais formatos etc.
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4. Evidencie os aprendizados
- Após a criação das estratégias, a empresa deve proporcionar espaços em que os aprendizados fiquem evidenciados e possam ser colocados em prática, como ambientes de troca de conhecimento, eventos de aplicação prática dos conhecimentos, etc.
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5. Avalie os aprendizados
- Por fim, é imprescindível dar oportunidade e espaço para que os colaboradores possam avaliar o processo de treinamento. Com isso, a empresa verificará se as estratégias foram bem sucedidas, se os conhecimentos promovidos foram realmente úteis para o desenvolvimento das habilidades pretendidas, entre outros.
Agora que você entendeu mais sobre o que é e como funciona o lifelong learning, que tal descobrir como as soluções do UOL EdTech apoiam na implementação dessa cultura nas organizações?