Desde que começamos a falar de tecnologia e inovação aqui no blog do UOL EdTech, alguns termos de busca começaram a crescer também como tendências, apontando pra gente o que ainda é obscuro ou que tem pouca informação disponível no mercado de educação corporativa. Um desses temas é colaboração e liderança decentralizada. E é disso que vamos falar hoje.
Colaboração não é necessariamente um tema recente no mercado. Embora a crise do novo coronavírus tenha impactado as possibilidades de colaboração, existem outras questões abarcam o ponto central da colaboração nas organizações – ela é também o ponto de partida de mudanças e inovações.
Muito mais que o serendipity, a colaboração é um resultado da cultura organizacional. Em outras palavras, ela só pode acontecer se a cultura da organização permite que ela aconteça. E isso significa, em muitos aspectos, uma mudança nas estruturas hierárquicas, autonomia em projetos e processos, experimentação e espaço para erros.
Existem 4 diferentes tipos de colaboração – casual: a que depende do serependity, planejada: a que ocorre em projetos cujas etapas dependem de ações interdependentes de pessoas diferentes, perceptivo: quando o “dono do projeto” é responsável pela tomada de decisões, mas conta com as experiências e visões dos stakeholders ao longo da jornada e, por fim, a colaboração reflexiva: que depende da integração das partes envolvidas no projeto.
A liderança precisa estar envolvida no processo de criar o ambiente e permitir que a cultura organizacional favoreça a colaboração entre os colaboradores. Isso é importante porque o papel da liderança neste processo é garantir que as pessoas possam explorar cenários, objetivos, problemas e conflitos, mas sem sair do escopo do problema de negócio a ser resolvido.
Também é papel da liderança delegar e permitir autonomia e gestão do projeto, para que o “dono do projeto” tenha a oportunidade de liderar os avanços e entregas.
Apesar do serendipity ser importante para que novos projetos surjam ou para que pessoas de áreas diversas possam experimentar trabalhar em conjunto, existem diversos canvas de trabalho e ferramentas disponíveis que permitem a colaboração à distância. Gerenciadores de tarefas como Trello, Asana e Runrun it, quadros de projetos como o Miro ou o Project Board e ferramentas de vídeochamada como o Teams ou o Zoom são só algumas dessas formas.
Como Marcelo Festa explicou muito bem em seu artigo, a inovação só pode acontecer quando há diversidade – de pensamento e repertório, mas também de gênero, idade, raça, orientação sexual e origem. Por isso colaboração também é uma bandeira da inovação – se um projeto é tocado exclusivamente por pessoas similares, muitos aspectos deixam de ser considerados e podem trazer risco para a organização no médio e longo prazos.