A inclusão da comunidade LGBTQIA+ no mercado de trabalho ainda é tema de muitas discussões e desafios. A discussão é delicada e exige muita sensibilidade: muitas pessoas ainda precisam esconder quem são dentro do ambiente de trabalho por saber que não serão aceitas por conta de um trejeito, o modo de se vestir ou uma fala mais afetada.
Um dos maiores problemas é garantir oportunidades igualitárias de desenvolvimento e crescimento de carreira. Entre 2019 e 2020, essas conversas ganharam força e muitas empresas de porte global começaram a se posicionar publicamente e garantir que funções de gestão e diretoria fossem assumidas por aquelas pessoas que realmente tivessem a competência para estar ali, sem levar em consideração a sua orientação sexual ou identidade de gênero.
Empresas mais conservadoras também começaram a mudar a forma de pensar e oferecer o seu produto ou serviço para um público mais diverso. É o caso da Disney e da Pixar: estúdios de animação que tem passado por diversas mudanças estruturais e que começaram a colocar personagens da comunidade LGBTQIA+ em seus longas-metragens. Ano passado, inclusive, foi lançado um curta-metragem chamado Out, que é protagonizado por um homem gay.
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Mas e no contexto corporativo? A inserção LGBTQIA+ no mercado de trabalho também traz uma série de impactos positivos para as organizações e é sobre isso que vamos falar neste texto. Confira!
Se pensarmos nas empresas de 20 anos atrás, a inclusão do grupo LGBTQIA+ no mercado de trabalho poderia soar como uma pauta polêmica e até mesmo irrelevante. Até porque, eram poucas as pessoas que se sentiam à vontade para falar abertamente da sua orientação sexual e muitas delas preferiam esconder esse lado pessoal e só focar no seu desenvolvimento profissional.
Segundo o levantamento Demitindo Preconceitos, 38% das empresas entrevistadas em 14 estados brasileiros apresentam algum tipo de restrição para contratar homossexuais. Além disso, 40% dos LGBTQIA+ entrevistados afirmam já ter sofrido algum tipo de discriminação no trabalho.
Esses dados mostram que os avanços sociais sobre o tema ainda não são o bastante para diminuir o medo de represálias nos empregos. Inclusive, estima-se que 61% dos profissionais escondem de seus colegas sua orientação ou identidade de gênero por conta disso.
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Com o avanço das discussões sobre o tema no mundo, a conscientização entre a população e até mesmo o surgimento de leis contra a discriminação, a sociedade vem se tornando mais tolerante e consciente. Como reflexo desse movimento, as empresas começaram a combater o preconceito sofrido por seus membros que fazem parte do grupo LGBTQIA+.
Muitas delas se posicionam abertamente como tendo atitudes drásticas contra qualquer tipo de discriminação e pela construção de um time mais diverso. Elas também começaram a agir de uma maneira diferente pensando na educação do time como um todo. Por exemplo, algumas empresas criam academias ou comitês de diversidade, que possuem ações para educar os colaboradores por meio de bate-papos, palestras, rodas de discussões, cursos ou o disparo de materiais específicos e bem direcionados. Mas vamos falar sobre isso um pouco mais pra frente.
O grande problema é que, mesmo com esse posicionamento, a presença dos LGBTQIA+ no mercado de trabalho ainda enfrenta muitas barreiras e desafios. Isso é oriundo de um extenso histórico de exclusão que ainda traz reflexos na atualidade.
Uma pesquisa do Instituto Ethos aponta que somente 19% das organizações já desenvolvem alguma política de igualdade para os LGBTQIA+ entre seus colaboradores. Este número ainda está muito longe de ser o ideal, e os motivos para isso são contundentes. Entenda melhor abaixo.
A inclusão do grupo LGBTQIA+ no mercado de trabalho reflete a consciência, empatia e o alinhamento dos negócios com um dos temas mais urgentes e relevantes do mundo. No entanto, muitos não se dão conta de que o ato de incluir também promove transformações significativas dentro das organizações.
E isso acontece porque os consumidores estão cada vez mais conscientes sobre o que compram ou contratam, o que aumenta sua exigência por marcas que tenham um sólido compromisso com a responsabilidade social.
Mais do que fortalecer a imagem da companhia e de agregar mais confiança junto ao público, isso também gera mais visibilidade para a cultura organizacional, que têm sua filosofia alinhada ao desenvolvimento e às demandas da sociedade.
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Como se não bastasse, o incentivo ao público LGBTQIA+ no mercado de trabalho também é um impulso à diversidade, que promove novas visões e referências dentro das empresas, compartilhamentos de diferentes perspectivas entre os colaboradores e um ambiente muito mais favorável à inovação.
Não por acaso, os negócios que se comprometem e investem em práticas de inclusão também são aqueles com maior destaque, rendimento e resultados positivos. É estimado que companhias com times executivos com diversidade de gênero sejam até 33% mais lucrativas.
O compromisso com a pauta LGBTQIA+ não deve estar presente apenas no discurso das empresas, mas sim fazer parte de suas ações, da sua cultura e dos meios de relacionamento junto aos colaboradores.
Ainda que o tema de inclusão precise avançar no Brasil, diversas marcas já realizam ações sólidas e com impactos significativos na área, que podem servir de inspiração para o mercado. Confira alguns exemplos:
Promover uma equipe inclusiva depende de ações diretas e constantes principalmente do time de RH, que deve difundir a importância e os impactos da igualdade entre os colaboradores e agir para que essa consciência faça parte da cultura organizacional.
Também é fundamental que a aplicação dessas estratégias tenha o engajamento das lideranças, que devem atuar como exemplos e agir como porta-vozes desse processo de transformação e aprendizagem.
Entre melhores as políticas internas de inclusão nas empresas, podemos destacar ações como:
Evidentemente, a inclusão LGBTQIA+ no mercado de trabalho passa por diversas discussões, quebras de paradigmas, trocas de informações e outras ações voltadas às mudanças de perspectivas dos colaboradores.
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