No cenário corporativo atual, marcado por mudanças rápidas e disruptivas, as áreas de Treinamento e Desenvolvimento (T&D) enfrentam um desafio crítico: adaptar-se ou correr o risco de se tornarem obsoletas. Este desafio é amplificado pela forma como as tecnologias emergentes e o acesso onipresente à informação têm reformulado as expectativas e métodos de aprendizagem dos profissionais.
Historicamente, T&D focava na transmissão de conhecimentos essenciais aos colaboradores, muitas vezes em um formato top-down em que os especialistas internos eram os principais veículos do conhecimento. Contudo, com o advento da internet e das redes sociais, esse modelo começou a mostrar sinais de envelhecimento. Hoje, muitos profissionais preferem aprender de forma autodirigida, buscando informações e habilidades on demand quando e como precisam, em vez de dependerem exclusivamente de direcionadores formais de treinamento.
Savvas Koufou, da KPMG, enfatiza que as áreas de T&D precisam repensar seus papéis. Não é mais suficiente organizar sessões de treinamento e esperar que os colaboradores se adaptem. As organizações devem focar em ensinar aos colaboradores como aprender de maneira eficaz e contínua. Isso significa promover uma cultura de aprendizado ao longo da vida, conhecido como lifelong learning.
O novo papel de T&D envolve menos controle sobre o conteúdo e mais suporte ao processo de aprendizagem individualizado. Os profissionais de T&D devem facilitar o acesso a recursos, ajudar a navegar a vasta quantidade de informações disponíveis e incentivar a troca de conhecimentos através de plataformas colaborativas.
Um dos grandes dilemas que surgem neste novo contexto é como valorizar a aprendizagem informal. Muitos colaboradores ainda questionam a utilidade de aprender sem o reconhecimento formal, como certificados. Este é um ponto crucial para a transformação em T&D: reconhecer e validar formas de aprendizado que não se encaixam nos moldes tradicionais, mas que são igualmente valiosas para o desenvolvimento profissional e pessoal.
A transformação em T&D não é apenas uma necessidade funcional; é uma resposta estratégica às mudanças do mercado e tecnologia. As organizações que conseguem adaptar suas estratégias de aprendizagem e desenvolvimento estão melhor posicionadas para não apenas sobreviver, mas prosperar em um ambiente de negócios em constante evolução. Ao abraçar métodos de aprendizagem mais flexíveis e personalizados, elas podem ajudar seus colaboradores a se manterem relevantes, engajados e equipados para enfrentar desafios futuros.