“Uma das coisas mais fáceis é ser analógico no mundo digital. Estar online, eletrônico e informatizado não é ser digital. Ser digital está ligado ao comportamento”, disse Alex Augusto – CEO do UOL EdTech, na abertura do evento.
Em sua apresentação, Alex destacou o efeito da transformação digital nas relações de consumo em várias áreas da vida, como aplicativos de transporte, delivery e bancos. O mesmo acontece na educação para o consumo de informação e conhecimento.
“Na educação, a transformação digital vem para escalar e dar acesso para mais gente simultaneamente. O digital trouxe mais colaboração e conexão, mais autonomia e protagonismo. Portanto, é hora de rever o papel do professor e da área de Talento das companhias. O aluno que entra na instituição de ensino busca o que quer aprender. Dentro da empresa, ele busca o que precisa aprender. No fim das contas, é a mesma pessoa buscando desenvolvimento. Sabemos como os alunos aprendem e consomem conteúdo no mundo digital, o que buscam no mercado e o que o mercado espera deles”, completa Alex Augusto.
O jornalista e educador de Inovação e Comunicação Marcelo Tas, um dos keynotes da programação, reforçou no UOL EdTech Day a importância da disseminação de conteúdo de qualidade e como o digital permite que isso seja feito com eficiência e abundância dentro das empresas.
“A grande questão é como publicar conteúdos de forma consistente, atraente e sem perder a profundidade. A publicação é a grande tarefa que temos hoje. Passamos muitas décadas sem ter como publicar conteúdo, porque não havia meios. Hoje, temos uma facilidade imensa e, muitas vezes, as empresas ainda hoje têm dificuldade de investir na publicação de conhecimento”, provocou Tas.
“Tudo o que produzimos hoje, dentro e fora da vida profissional, vai para a mesma rede e ainda estamos nos acostumando com a mudança que está acontecendo dentro da gente. Temos um potencial gigantesco de criar novos conceitos e fenômenos da noite para o dia, mas não vamos esquecer que temos que melhorar o que fazemos ouvindo o que as pessoas estão nos pedindo”, conclui.
O segundo keynote da programação do UOL EDTech Day foi o cientista e educador Silvio Meira com sua mensagem direta sobre as mudanças radicais e definitivas da transformação digital e os caminhos para a inovação.
Ele explica que inovar com transformação estratégica é a ação de mudar o que fazemos nos negócios diante do digital na criação, entrega e geração de valor.
“Quem não estiver programando sua plataforma de aprendizagem será programado por ela. Plataformas digitais redefinem a vasta maioria dos mercados. Mas, de nada adianta lançar uma plataforma digital e ninguém usar”, alerta Silvio Meira.
“A sociedade já é definida por software. Se falha, entra em colapso. O futuro nunca se engana, sempre chega e acontece o tempo todo. O aprendizado será digital porque ele já é em boa parte. Para acompanhar o mundo que vem aí até 2050 todo mundo precisa se reinventar”, finaliza.
O #UOLEdTechDay contou também com dois painéis incríveis com interação da plateia pelo WhatsApp. No primeiro deles, mediado por Rodrigo de Godoy, Diretor de Educação Digital do UOL EdTech, os convidados debateram o tema da Diversidade dentro da agenda de negócios, mostrando que a questão vai além da política social e do RH.
“Quando você consegue mexer no resultado, você consegue falar com o CEO. Não é só questão de ser um bom cidadão. A vida é feita de diversidade, quando você consegue reproduzir isso no ambiente da empresa, você tem resultados”, disse Marcelo Tas.
“Há empresas pioneiras, aquelas que abrem caminho, e empresas seguidoras no mercado. Se você trabalha em uma empresa seguidora, mostre o que as pioneiras estão fazendo. Nada influencia mais um CEO do que outro CEO”, disse Margareth Goldenberg, da Goldenberg Responsabilidade Social e Comunicação de Causas.
“É preciso desconstruir o ‘Data EU’ em ambientes homogêneos e definir o que a empresa vai fazer de ações afirmativas para reverter isso. A diversidade deve ser considerada desde o início no desenvolvimento de novas soluções dentro da empresa e a responsabilidade é de quem vai gerir o tema dentro da organização de maneira sistêmica”, complementa Lucas Barboza, da Goldenberg Responsabilidade Social e Comunicação de Causas.
Como Alex Augusto disse na abertura do evento, o UOL EdTech sabe como é a experiência de aprendizagem dos alunos no digital, como consomem conteúdo, o que esperam do mercado e o que o mercado espera deles. Então, como unir os dois mundos, acadêmico e profissional, em uma jornada completa? Esse foi o tema debatido no segundo painel do dia.
“O grande desafio vai ser casar um plano de vida com um plano de demanda de aprendizado, conseguir combinar o que a pessoa quer fazer com o futuro dela própria, com o contexto em que está e com o que ela deveria aprender para ser mais performática” disse Silvio Meira.
“Quanto mais tecnologia temos, mais humanidade precisamos. Trazer a tecnologia educacional é o mínimo desse jogo. Mas trazer resultado para o negócio é com gente” disse Márcia Naves, superintendente do ISVOR – Universidade Corporativa Fiat Chrysler Latam e diretora geral da Fundação Torino.
“Se a gente pegar as maiores empresas do mundo, há poucos anos elas eram startups criadas dentro da universidade. Google, Facebook, Amazon, Apple… Pense na empresa que quiser, quase a totalidade surgiu de estudantes, pesquisadores e professores em ecossistemas de inovação e pesquisa das universidades”, disse Jorge Audy da PUCRS.
O evento contou ainda com seis fast tracks – palestras rápidas para ir no cerne das questões mais debatidas em educação corporativa. Uma delas foi sobre o engajamento com as ações de T&D. Vanessa O’nil, gerente de produto do UOL EdTech, fez a plateia refletir sobre a relação do engajamento com o treinamento e a satisfação em participar.
“Se 49% dos consumidores deixariam de interagir com uma marca após uma única experiência ruim, o mesmo acontece com os alunos dos treinamentos”, comparou Vanessa O’nil.
O´nil ainda tocou em um ponto importante sobre gerações: quem nasceu antes de 2000 é imigrante digital. No ano que vem, 50% da força de trabalho será de nativos digitais. Mais do que nunca o desafio de engajar pelo treinamento está aí. A resposta está em transformar o curso em uma experiência de aprendizagem completa, engajando pela emoção através da linguagem e da variedade de formatos do conteúdo.
“Por exemplo, em nosso catálogo SapiênCia HUB, para equipes de atendimento ao cliente, transformamos um curso online obrigatório, longo e com script engessado em uma experiência de aprendizagem livre, sem barreiras, em pequenas partes em multiformato (microlearning), com níveis variados de aprofundamento de conteúdo e 100% relacionado e aplicável ao dia a dia”, apresentou Vanessa.
“Se vamos viver muito tempo, fazer a mesma coisa por todo esse tempo é impossível”. Essa foi a provocação de Katycia Nunes, consultora educacional do UOL EdTech em sua fast track “LifeLong Skills”.
“LifeLong Skills são competências adquiridas ao longo de toda a vida, que vão além do conhecimento técnico ou específico, e são essenciais para o sucesso de um indivíduo, independentemente do papel ocupacional ou da vida”, explica Katycia.
Outra questão importante foi a escolha do público para participar dos treinamentos. “Os colaboradores que mais precisam de requalificação e aprimoramento são os menos propensos a receber treinamento”, alerta.
54% dos profissionais nas empresas carecem de treinamento. Enquanto só 31% do investimento priorizará esses colaboradores em papéis de risco, possivelmente os mais afetados pela requalificação até 2022. (Fonte: Future of Jobs Survey, 2018, World Economic Forum)
Para fechar, Katycia explica que as competências de base não estão em ascensão, elas já são o mínimo esperado. As competências em ascensão para os próximos anos são aquelas relacionadas à mudança tanto técnica quanto estratégica, como pensamento analítico, aprendizagem ativa, criatividade, originalidade, iniciativa, influência social e solução complexa de problemas.
Precisamos oferecer conteúdos alinhados às novas expectativas do público interno da empresa em relação aos treinamentos corporativos, porque concorremos com Facebook, Instagram, Youtube, etc.
Rodrigo de Godoy, diretor de educação digital do UOL EdTech, tratou de novos formatos de conteúdo para os treinamentos corporativos em sua fast track.
“Se o conteúdo massivo é consumido pela internet e social media, precisamos voltar o olhar para a educação corporativa e torná-la mais leve, divertida e gostosa de ser consumida, sem tirar a seriedade da informação. Por que não basta treinar, temos que atender as expectativas do aluno do começo ao fim.
Não só o conteúdo ser interessante, mas a navegação, o visual, a plataforma, etc. Tudo da experiência de aprendizagem deve ser levado em consideração”, explica Godoy.
Godoy apresentou em primeira mão o aplicativo SapiênCia, uma solução que estará em breve disponível para implantação nas empresas.
“Estamos falando de soluções que façam sentido dentro do contexto de consumo de informação fácil e similar aos tipos de relações digitais que as pessoas já conhecem. Então, desenvolvemos uma solução exatamente assim e nativa para smartphone, o aplicativo SapiênCia. Ele tem um assessment de entrada em formato de bate-papo como no WhatsApp para definir o perfil do aluno e, com base nele, personalizar toda a experiência de aprendizagem adaptativa”, explica Godoy.
O aluno escolhe o formato que quer consumir o conteúdo dentre as várias opções disponíveis, como o Learning Stories – conteúdo audiovisual na vertical como o stories do Instagram. Além disso, o próprio aluno pode compartilhar o que sabe como especialista em áreas do conhecimento, habilidades e competência”, conclui Godoy, deixando a plateia interessada em experimentar a solução.
Bruno Milagres, diretor de EdTech e Inovação Educacional do UOL EdTech, alertou a plateia em sua fast track de que é preciso ter muito cuidado com tendências sem evidências e dar espaço àquelas baseadas em pesquisas comprovadas.
“Estamos em um momento de pensar como a gente ensina e aprende, transformando isso em pesquisa científica para encontrar novas formas de fazer isso tanto em instituições de ensino quanto na educação corporativa”, disse Bruno.
“Precisamos repensar a abordagem da educação frente à evolução do trabalho e da força de trabalho. Isso impacta a forma como embalamos as soluções para o aluno tanto na instituição de ensino quanto na educação corporativa”, completa.
Bruno Milagres encerrou a sua apresentação com dicas das tendências que devemos acompanhar:
Betina von Staa da área de Acadêmicos e IE Digital do UOL EdTech falou sobre metodologias e abordagens em sua fast track, fazendo com que a plateia refletisse sobre o modelo tradicional de ensino.
“Aprender é uma ação do aluno e não se limita ao contato com o conteúdo simplesmente”, reflete Betina.
“Empresas querem criatividade, pensamento crítico, colaboração e comunicação. Para isso, é preciso oferecer espaço para testes, erros, técnicas, prática, alinhamento de expectativas, trabalho em grupos multidisciplinares, taxonomia e análise”, propõe.
Encerrando as fast tracks da primeira edição do #UOLEdTechDay, Wilson Marchionatti, Diretor de PUCRS Online e IE Digital do UOL EdTech, mostrou como a educação pode se beneficiar e caminhar junto com o entretenimento, o chamado Edutainment.
“Observamos iniciativas tanto da indústria do entretenimento utilizando recursos da educação quanto a educação usando do entretenimento. O primeiro tem finalidade de entreter, o segundo de tornar o processo educacional mais atrativo. O Edutainment busca os dois na mesma medida”, explicou Wilson.
Ele ainda deu dicas de técnicas que funcionam bem no Edutainment, como personagens e boas histórias, audiovisual forte e branding surpreendente.
“Colocar entretenimento na educação é procurar elementos que têm como finalidade deixar o aluno feliz e engajado naquele momento. Muito diferente da educação tradicional que foca no meio”, conclui.
PESQUISA EM TEMPO REAL COM A PLATEIA
Confira o resultado da pesquisa com os convidados do UOL Edtech Day realizada durante o evento.
Educação Digital
Maior parte das empresas e instituições de ensino que participaram do evento acreditam que em até 2 anos terão mais 50% de sua oferta de educação digital.
Futuro da Educação
Maior parte das empresas e instituições de ensino que participaram do evento estão otimistas com o futuro da educação e contribuindo para construí-lo.
Diversidade
Distribuição de empresas e instituições de ensino que participaram do evento bem homogênea nos quadrantes do gráfico de diversidade. Empresas e instituições de ensino em diferentes estágios de evolução quanto à diversidade de suas organizações.
Em nosso perfil @uoledtech (siga-nos, comente e compartilhe nosso conteúdo!), no Instagram, Silvio Meira, Márcia Naves (Fiat Chrysler), Jorge Audy (PUCRS) e Eduardo Carmello (Entheusiasmos Consultoria) contam o que acharam do evento #UOLEdTechDay e qual é mensagem que fica para a educação corporativa. Assista ao vídeo aqui.