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Descobertas da Neurociência favorecem a liderança

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“As novas tecnologias revelaram conexões neurais inéditas no cérebro humano vivo ajudando pesquisadores a desenvolver um crescente trabalho teórico ligando o cérebro (o órgão físico) à mente (a consciência humana que pensa, sente, age e percebe)”, explicam David Rock (coach) e Jeffrey Schwartz (pesquisador psiquiatra na Universidade da Califórnia), autores especialistas em gestão e cérebro.

 

Segundo eles, essas descobertas são particularmente relevantes para líderes organizacionais. “Agora já se sabe que o comportamento humano no local de trabalho não funciona como muitos executivos pensam. Isso ajuda a explicar por que muitos esforços de liderança e iniciativas de mudança organizacional acabam fracassando. E também a entender o sucesso de empresas como a Toyota e a Springfield Remanufacturing Corporation, cujas práticas de chão de fábrica ou sala de reunião ressoam profundamente com as predisposições inatas do cérebro humano”, apontam.

 

Rock & Schwartz acreditam que gestores que entendem os recentes avanços na ciência cognitiva podem liderar e influenciar mudanças conscientes, por exemplo, relacionadas à transformação organizacional que considera a natureza fisiológica do cérebro e as maneiras pelas quais isso predispõe as pessoas a resistir a algumas formas de liderança e a aceitar outras.

 

“Isto não implica que a gestão - de mudança ou qualquer outra coisa - seja uma ciência. Há muita engenhosidade e trabalho nessa prática. De fato, várias conclusões sobre a mudança organizacional demonstram que engenhosidade e trabalho podem ser muito mais eficazes”, ressaltam.

 

De acordo com os especialistas, não faz muito tempo, pontos de vista como os listados a seguir seriam considerados contrassenso ou ideias completamente equivocadas:

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  • Mudança é dor. A mudança organizacional é inesperadamente difícil porque provoca sensações de desconforto fisiológico.
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  • Behaviorismo não funciona. Os esforços de mudança baseados em incentivos e ameaças (a cenoura e o chicote) raramente são bem-sucedidos no longo prazo.
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  • O humanismo é superestimado. Na prática, a abordagem empática convencional de conexão e persuasão não envolve suficientemente as pessoas.
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  • Foco é poder. O ato de prestar atenção cria mudanças químicas e físicas no cérebro.
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  • Expectativa molda a realidade. Os preconceitos das pessoas têm um impacto significativo no que percebem.

Apesar dessas descobertas, poucos gestores se sentem confortáveis em colocar esses princípios em ação.

 

“Na era digital, em que as pessoas são valorizadas por saber pensar diante de constantes mudanças, há uma pressão grande para melhorar a maneira como aprendemos. Talvez essas descobertas sobre o cérebro possam começar a puxar a cortina para um novo mundo de melhoria de produtividade e para nossa capacidade de produzir mudanças positivas e duradouras em nós mesmos e nas pessoas ao nosso redor”, concluem Rock & Schwartz.