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EdTerça: como engajar seus times?

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Engajar, seja no Marketing com os clientes ou seja no RH com os colaboradores, é uma tarefa árdua: todas as pessoas envolvidas no processo têm dores, dos mais diversos tipos. Por conta disso, é muito importante que estratégias sejam pensadas para estimular a prática entre pessoas, independente de suas funções.

 

Nesta edição do EdTerça, Bruno Pegoraro, Gerente de Treinamento do TikTok for Business Latam e Carolina Gatti, Diretora de Marketing do UOL EdTech, participaram trazendo diversos insights sobre o assunto, cada um a partir do ponto de vista de suas respectivas especialidades. Confira a seguir!

Como engajar colaboradores e clientes?

O papo começou com um ponto de conversão entre as duas áreas: o employer branding. O termo, que diz respeito à geração de uma percepção positiva do mercado por parte dos colaboradores, tem estado cada vez mais em alta, já que estamos em um contexto de mercado cada vez mais competitivo. 

 

Mas como fazer isso de forma apropriada? Bruno traz um pouco de sua experiência com o conceito para a conversa. "É importante ter algo verdadeiro. Vemos muitas narrativas bonitas mas que são só histórias e precisamos mostrar o que acontece de verdade na empresa: como trabalhamos diversidade; como mostramos nossas lutas reais; como mostrar que os desafios do nosso ambiente e etc."

 

Essa estratégia é um ótimo ponto de referência para entender engajamento de uma forma geral, mas ela não garante que os colaboradores engajem. De uma forma geral, engajar diz muito a respeito de chamar a atenção das pessoas e torná-las curiosas. "Sempre pensamos muito em como manter as pessoas engajadas inspiradas e motivadas. Isso demanda criar curiosidade, dar conhecimento sem estar completo e fazer com que elas busquem o que querem. Criar o ambiente é fundamental e não forçar ninguém."

 

Neste contexto, Bruno ainda destaca que aprender é um direito e ensinar é um dever, o que auxilia a fomentar o conhecimento e, portanto, o engajamento. Trazendo para o contexto do Marketing, Carolina reforça a importância de conhecer o consumidor (ou o colaborador) para dosar isso de forma equilibrada. "Devemos entender o que a pessoa consome para que, de forma orgânica, fazer com que a pessoa seja impactada da forma que ela quiser, consumindo o que quiser e quando quiser." 

 

Para que isso seja alcançado, ambos os profissionais comentaram que é muito importante se promover a troca, independente do contexto, já que ela auxilia as pessoas a se conhecerem melhor e a promoverem transparência nos seus feitos. "Assisti Ted Lasso — seriado de televisão de da Apple TV+ — duas vezes no último mês. Essa série mostra um treinador de futebol com dificuldades para trabalhar a diversidade de cada pessoa do seu time, o que me fez aprender muito sobre o tema. Podemos trazer isso para o nosso contexto (do colaborador) e empoderar as pessoas com discussões", relata Bruno.

 

"A vida está muito rápida, temos tantas coisas sendo feitas ao mesmo tempo e é difícil absorver tudo de uma só vez. Estamos na era do aprendizado e em que sentido isso pode ser aplicado no mundo real? Independente se é a série no Netflix ou o vídeo do TikTok, quando pensarmos no público alvo de uma estratégia, precisamos entender como a pessoa especifica vai entender o que você quer passar para ela", comenta Carolina.

 

O que fazer para engajar quando já se conhece o seu público alvo?

 

Com esta parte da sondagem definida, o próximo passo importante para este contexto é ouvir as pessoas relacionadas e estar aberto para inovar, como destaca Bruno: "À vezes eu tenho um líder e não consigo influenciar ele diretamente, mas sei que tem tantos outros pares que podem conseguir fazer isso. Neste contexto, vou trabalhar com essas pessoas para que possam impactá-lo depois ou vou parar ele na garagem e dar o meu número. Precisamos sempre ter ferramentas para fazer diferente".

 

E para garantir que se tenha ferramentas para fazer diferente, é importante estar com o ambiente preparado para isso. Bruno destaca que um ambiente de constante aprendizado ajuda e muito a engajar as pessoas. "Apliquei onboarding para muitas pessoas no TikTok e sempre incentivei para que todas as pessoas mais novas na empresa pedissem ajuda dos colaboradores mais experientes, porque isso cria uma cultura de engajamento e de aprendizagem muito forte entre todos", ressalta Bruno.

Qual a importância do treinamento para engajar?

"É difícil provar em dinheiro o quanto treinamento influencia nisso. No caso do RH, é mais importante ter participação, presença e possibilidade de desenvolvimento que todas essas pessoas podem alcançar", comenta Bruno sobre o quão difícil é mensurar os resultados de números frios de treinamento no RH. Mas também não é um problema para ele.

 

De acordo com a sua própria experiência, às vezes o engajamento nem está relacionado com os treinamentos do RH, já que percebe ter colaboradores que completam os cursos, mas que não ajudam outros colaboradores, e colaboradores que sequer fazem os cursos, mas que auxiliam os pares, batem metas e etc. "É muito também sobre não subjulgar as pessoas. É fundamental ter uma mente aberta para entender a necessidade de cada um e entender como as pessoas podem se ajudar com suas habilidades específicas", relata Bruno.

 

Para que isso aconteça de forma adequada, é importante que os grupos de profissionais se segmentem cada vez mais, para que seus interesses estejam melhore definidos e possa se trabalhar isso bem com outras pessoas de acordo com Bruno. "Existem diversas formas de dividir públicos. Direcionar os gostos e conhecer as pessoas é fundamental, já que isso faz com que dividamos as pessoas em grupos cada vez menores. Você ganha ao perceber que da pra conhecer em 3 minutos". 

 

Diversos são os possíveis formatos para se trabalhar um determinado conteúdo e aí que se encontra a importância de segmentar pessoas. "Eu consumia conteúdo de forma geral com TV e começo de internet, com propagandas que chegavam para todo mundo. Não tinha sentido em ver muitos comerciais, por exemplo. No que diz respeito aos formados, hoje, Ted Lasso me traz muito mais ensinamento do que algum livro pode trazer porque me ajuda a consumir melhor, por exemplo", diz Bruno. 

 

"Já no meu time, discutimos bastante sobre colaboração, seja com séries que assistimos ou com impactos no jeito de treinar. Já tive varias ideias legais de dinâmica que encontrei em outras trocas para implementar no meu time, por exemplo", relata Carolina.

Como pessoas de uma equipe diversa podem colaborar para engajarem juntas?

Seja por faixa de idade ou até mesmo por contextos de vida diferentes, é comum que o ambiente de trabalho proporcione diversas experiências que não teríamos a chance de ter em outro contexto. Até porque, todos nós vivemos culturas muito diferentes e, quando qualquer pessoa chega em um lugar novo, precisa ser feito um processo similar ao de levar um peixe para um aquário, como relata Bruno, ao fazer uma metáfora sobre o processo de onboarding.

 

Além disso, estar aberto para interagir e trocar conhecimento com todo e qualquer colega é importante. No TikTok, Bruno comenta que estimula a interação entre pessoas diversas para que possam trocar de forma adequada para ter resultados. "É impossível saber tudo então como eu me organizo para ter as informações necessárias, não preciso de profundidade com muita coisa, então é muito importante entender o balanço das coisas. Quanto mais você conhece da outra pessoa, mais fácil é engajar".

 

Gostou do conteúdo? Confira a nossa edição anterior com Leonardo Miggiorin!