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Inclusão digital: como tornar a tecnologia mais democrática?

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Pandemia de COVID-19 abriu debate essencial

A pandemia de COVID-19 deixou muitas marcas na sociedade, e com certeza uma das maiores delas é o uso da tecnologia para o dia a dia, definitivamente. Afinal, foi por meio da internet que milhares de pessoas puderam fazer compras em mercados, em farmácias e também para fazer consultas online com médicos. Devido ao isolamento social, a internet e os aparelhos tecnológicos se fizeram essenciais para que o mundo continuasse funcionando de maneira mais segura. No entanto, isso também abriu outros problemas: a falta de acessibilidade à tecnologia por grupos menos informatizados, como crianças e idosos.

 

Esse cenário, potencializado no cenário da COVID-19, abriu a discussão sobre democratização e acesso às tecnologias, sobretudo para a população idosa e para os mais pobres, que sofrem de um certo “abandono digital”. No caso dos idosos, o problema se agrava por muitos não saberem como utilizar um smartphone, por exemplo, ou mesmo um computador. E, no caso dos mais pobres, o problema se agrava diante dos custos para ter uma internet e aparelhos eletrônicos que se conectam a ela. Sobre esse segundo problema, o Brasil apresenta uma situação grave: em 2019, segundo estudo feito pela TIC Kids Online Brasil, quase cinco milhões de crianças e adolescentes em idade escolar moram em casas que não têm conexão com a rede.

 

No cenário destes jovens, o ensino remoto imposto pela pandemia apenas evidenciou ainda mais o problema, uma vez que diversos alunos não puderam continuar os seus estudos. Isso, escalado em uma visão maior, afeta toda a cadeia de aprendizado de crianças e jovens.

 

Já para os idosos o problema se agrava pela falta de acessibilidade, e muitos sofrem de analfabetismo digital. Isso afeta a inclusão de idosos na sociedade, por exemplo, pois os exclui de algo que já se tornou dia a dia e que inclusive muitos serviços públicos já exigem um aparelho eletrônico para resolução de problemas ou pendências. O pagamento de contas durante as fases mais graves da pandemia, por exemplo, estava sendo feito por meio do internet banking.

 

Como reverter o quadro

 

A solução para esses problemas não é simples e, na realidade, são vários os caminhos possíveis. O principal deles é, sem dúvidas, pensar na tecnologia como um direito e pensar em um acesso democrático a ela. Políticas de incentivo, como acionar pontos de internet servidos pelas prefeituras, por exemplo, já ajudariam imensamente. A distribuição de aparelhos para populações mais pobres também é essencial para garantir acesso à tecnologia – e, isso, aliado a aulas de letramento digital, fará toda a diferença na vida dessas pessoas.

 

Com um bom letramento digital e acesso a aparelhos eletrônicos, as populações mais afetadas pela falta de acessibilidade à tecnologia poderão se tornar cidadãos informatizados, inclusive podendo consumir produtos tecnológicos mais avançados, como TV 4K ou mesmo relógios inteligentes. Dando acesso à informação e à tecnologia, muita coisa pode mudar. Para melhor!