O flipped learning é um método de ensino internacionalmente reconhecido no meio acadêmico, e que está ganhando cada vez mais espaço nas estratégias de Treinamento e Desenvolvimento (T&D) das empresas.
Levando em consideração que 28% das companhias brasileiras já têm uma universidade corporativa e que mais de um quarto das que não têm pretendem implementar em até dois anos, é fundamental que gestores e profissionais de RH fiquem atentos às novas tendências de aprendizagem que devem guiar os treinamentos daqui para frente.
Se os negócios já estão bem atentos à necessidade de desenvolver e aprimorar continuamente seus talentos, métodos como o flipped learning são protagonistas para que isso seja possível com mais eficiência e alto potencial de engajamento. Neste artigo, vamos explicar o que é essa estratégia e como ela pode ser aplicada no seu dia a dia.
Uma tradução literal do termo flipped learning é “aprendizagem invertida”. E essa é basicamente a ideia que o método procura levar para as salas de aula.
Na forma tradicional de ensino, os professores apresentam os conteúdos de uma forma básica e mais expositiva, pedindo para os alunos fixarem a matéria a partir de exercícios, trabalhos e provas.
Mas, se pensarmos na lógica contrária, então os alunos deveriam ler e pesquisar primeiro sobre um determinado assunto, para então chegar à sala de aula já com conhecimentos básicos e, a partir disso, iniciar atividades práticas e discussões mais aprofundadas com os professores.
E é justamente isso que o flipped learning propõe: os professores estipulam um entendimento prévio a ser obtido pelos alunos por conta própria. Ao chegar nas aulas, todos já estão prontos para debater e praticar o tema.
A ideia é promover uma aprendizagem ativa, em que o aluno é pró ativo e protagonista na busca por seus conhecimentos. Já os professores deixam de lado a noção de “aula-palestra”, tornando-se orientadores de debates e na construção de noções mais aprofundadas sobre o que já é de entendimento geral entre todos.
Mais do que agilizar as aulas sem transmissões muito básicas de conhecimento, o flipped learning favorece a troca de ideias e experiências entre os alunos, permite a realização de atividades práticas mais bem contextualizadas e facilita a aprendizagem como um todo.
As primeiras referências ao flipped learning são de 1991, quando os PHDs em História e Psicologia Charles C. Bonwell e James A. Eison dimensionaram e sistematizaram o conceito de Educação Ativa por meio do livro “Active learning: Creating excitement in the classroom”.
A partir disso, em 2007 a noção de flipped classroom foi introduzido pelos educadores norte-americanos Jonathan Bergmann e Aaron Samm, que começaram a adotar a técnica em uma escola do Colorado, em que mandavam videoaulas para que os alunos assistissem em casa e depois fizessem as tarefas em sala, que eram supervisionadas por eles.
A abordagem deles foi tão bem-sucedida que deu origem a diversas publicações sobre “sala de aula invertida'', que até hoje servem de referência para a área.
O termo flipped learning surgiu apenas quando foi notado que não basta inverter o local de ocorrência das ações para que se configure um modelo diferenciado de aprendizagem.
Desde então, o método se popularizou ao redor do mundo e ganhou uma rede própria, a Flipped Learning Network–FLN, da qual Bergmann e Samm são conselheiros.
No Brasil, a prática ainda é tímida, mas revisões acadêmicas indicam que ela começou a ganhar mais espaço no contexto educacional, principalmente a partir do ano de 2015, quando um volume maior de estudos começou a ser publicados sobre o tema.
É sugerido que suas limitações ainda relacionam-se à falta de domínio entre os professores para gerar novas oportunidades de aprendizagem, mas as experiências analisadas tendem a trazer resultados positivos, principalmente em relação ao engajamento dos alunos e seu alinhamento aos novos comportamentos digitais.
Já nos Estados Unidos, o conceito de flipped learning faz o modelo ser aplicado em todos os níveis educacionais, e sua ampla adesão também ganhou os treinamentos corporativos. A abordagem é explorada em diferentes áreas da indústria e serviços, em que a autonomia do EaD e as facilidades do microlearning são somadas às práticas e trocas proporcionadas pelo ensino presencial ou mesmo das videoaulas síncronas.
E no restante do mundo, o flipped learning vem se consolidando no mercado, com cada vez mais empreendedores e profissionais de Recursos Humanos (RH) reconhecendo a importância da busca individual de conhecimentos e do seu compartilhamento com o restante das equipes.
O flipped learning proporciona diversas vantagens para o desenvolvimento de equipes corporativas, especialmente no ensino EaD. Isso porque ele pode favorecer a aplicação de práticas presenciais depois da introdução de conceitos on-line, ou ainda proporcionar um maior nível de interações e trocas de experiências entre os colaboradores nas aulas que eventualmente acontecem por videoconferências.
Basta então que os aprendizes entrem na plataforma de educação da empresa, ou ainda recebam os conteúdos via chatbots, por exemplo, para que inicialmente explorem sozinhos os seus conceitos e peculiaridades.
Na hora de colocar os temas propostos em prática, a empresa já pode garantir que todos tenham uma boa base do assunto abordado, para que ele seja aplicado nas atividades previstas em aula e discutidos entre todos os colaboradores participantes igualmente.
Imagine que o seu negócio vai aderir a um novo método de vendas. O RH pode encaminhar aulas online e materiais para os vendedores estudarem em casa. No momento de treinar as novas abordagens de conversão, será muito mais fácil compreender o que é aplicado pelos ministrantes e compartilhar insights com os colegas.
Para aplicar o flipped learning nos processos de T&D da sua empresa, tenha em mente os conceitos abordados ao longo do artigo e siga então as seguintes etapas:
Buscar novos saberes de maneira autônoma é o principal pilar da aprendizagem invertida, e essa atitude deve ser incentivada entre os colaboradores.
A empresa deve fornecer as ferramentas e materiais necessários para isso, e estipular métodos de incentivo, como um ranking das pessoas que mais trouxeram discussões e temas relevantes para as atividades em grupo.
Depois de aprenderem por si, os colaboradores devem estar aptos a compartilhar seus saberes com os demais e a desenvolver as habilidades relacionadas ao tema por meio de atividades práticas.
Por isso, é importante que sejam organizados encontros periodicamente, sejam eles presenciais ou remotos. A ideia é criar interações objetivas e dinâmicas, que garantam o aprofundamento, a troca mútua e a vivência dos conteúdos estudados.
O aprendizado individual e coletivo depende de uma fonte prática, bem organizada e confiável de materiais de estudo.
Por meio de uma boa plataforma virtual de ensino corporativo, é possível inserir conteúdos nos mais diversos formatos, criar experiências personalizadas de aprendizagem, realizar práticas e avaliações, encontros online e sanar muitas outras demandas próprias do método.
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