As constantes mudanças impostas pela transformação digital estão fazendo com que o atual nível de desenvolvimento profissional dos trabalhadores não consiga mais acompanhar as novas exigências do mercado e das próprias empresas. Como resposta a essa demanda, estão as estratégias de reskilling e upskilling.
Para você ter uma ideia, de acordo com o relatório Future of Jobs, cerca de 42% das habilidades até então exigidas pelas organizações devem mudar até o fim de 2022.
A pesquisa ainda indica que as principais tecnologias que impulsionam essas transformações estão relacionadas à Inteligência Artificial, Big Data, Cloud Computing e internet móvel de alta velocidade.
O mesmo levantamento, feito pelo Fórum Econômico Mundial, também destaca que os negócios precisam de uma visão abrangente sobre o desenvolvimento e requalificação das forças de trabalho para lidar com essas tendências.
Esses insights dão uma boa dimensão sobre como as exigências de adequação e aprimoramento de carreiras exigidas pelo atual contexto competitivo são significativas e urgentes.
A seguir, entenda melhor o papel do upskilling e reskilling para sanar essas necessidades, seus principais objetivos, vantagens e meios de implementação.
A transformação digital está impondo um ritmo de mudanças que exige rápidas adaptações do mercado de trabalho.
Não é novidade que muitas áreas e cargos que demandam conhecimentos especializados em novas tecnologias hoje encontram-se com carência de profissionais. O reskilling e upskilling é justamente preencher essa lacuna de habilidades e adequar os trabalhadores às novas necessidades dos negócios.
O que diferencia os dois conceitos é a maneira com que direcionam o desenvolvimento profissional:
Em linhas gerais, podemos dizer que o upskilling visa a formação de funcionários mais especializados e aprofundados em uma mesma área, enquanto o reskilling é direcionado à recolocação profissional ou à criação de trabalhadores mais versáteis.
O reskilling confere a possibilidade de reajustar a jornada de carreira dos profissionais que fazem parte de uma organização. De acordo com o relatório The Next Era of Human-Machine Partnerships, 85% das profissões que vão existir em 2030 ainda sequer foram criadas.
Isso significa que, cada vez mais, o mercado terá lacunas que precisarão ser preenchidas, e áreas hoje ocupadas por certos colaboradores podem não fazer mais tanto sentido para as empresas quanto as novas que estão surgindo.
Com novas habilidades e profissões exigidas pelo mercado, o reskilling permite aos profissionais mudar as funções em que atuam ou ainda agregar mais versatilidade para lidar com as novas demandas profissionais.
Segundo o estudo citado acima, as transformações mercadológicas devem ocorrer de maneira tão rápida, que as pessoas precisam aprender e se posicionar em tempo real. Nesse cenário, é papel das empresas e dos próprios colaboradores identificar e orientar essas transformações.
O upskilling tem como foco garantir uma evolução profissional contínua, que também pode estar atrelada à transformação digital, mas não à mudança de cargo ou de carreira.
Seu foco é desenvolver os diferentes níveis de experiência e de competências de uma mesma função, aprimorando habilidades em áreas que o colaborador já domina.
O objetivo é fazer com que o indivíduo se atualize e aprimore-se constantemente, agregando mais valor à sua profissão e gerando melhores resultados para si, sua equipe e para a organização como um todo.
O upskilling pode acompanhar o profissional em toda a sua jornada e em diferentes níveis, desde o trainee ou estágio, até ocupações de liderança.
As organizações que entendem a importância da inovação, e que atuam ativamente para se adequar à transformação digital, certamente também estão engajadas com os novos paradigmas de trabalho.
Como são os profissionais de Recursos Humanos que lidam com os interesses conjuntos das organizações e de seus colaboradores, são eles os principais responsáveis pelas estratégias de reskilling e upskilling.
Seu papel é reconhecer as demandas e oportunidades de desenvolvimento entre o quadro de funcionários e, junto com os líderes de cada setor, estabelecer estratégias para que isso seja viável e possível.
Ao analisar a realidade do negócio e suas necessidades de desenvolvimento profissional, o RH será apto a estipular os programas de treinamento que melhor se adequam aos membros da organização.
O foco do upskilling e reskilling deve ser o desenvolvimento constante dos times internos, e isso só é possível com a liderança do RH, com o interesse dos profissionais em aprimorar-se e o engajamento dos próprios líderes da empresa, que devem investir nos programas personalizados de qualificação.
Cada organização deve ter os seus próprios métodos de aprimoramento e requalificação profissional (ao fim do conteúdo, apresentaremos algumas dicas para garantir o melhor aprendizado contínuo na sua empresa). Contudo, as fases de aplicação do reskilling e upskilling podem ser compiladas da seguinte maneira:
Investir em reskilling e upskilling é aprimorar os talentos presentes na empresa para que eles se adequem às novas exigências do mercado e gerem resultados cada vez melhores para o negócio.
Sendo assim, reconhecer as habilidades-chave dos trabalhadores, desenvolvê-las ou direcioná-las a funções mais relevantes é atender às novas demandas que hoje tornam o mercado tão competitivo.
Além de ampliar as aptidões dos colaboradores, esse processo também permite reconhecer e direcionar potenciais que dificilmente seriam identificados sem o desenvolvimento e a requalificação, os guiando para que gerem ainda mais valor à organização.
Levando em consideração que os melhores talentos dão preferência às empresas que se preocupam com o apoio às suas carreiras, o reskilling e upskilling é de suma importância também em termos de atração e retenção.
No mesmo sentido, quando são guiados em caminhos mais vantajosos para si e percebem o valor que podem gerar para o negócio, os profissionais também se tornam mais motivados e engajados, ampliando ainda mais seus resultados.
Portanto, mais que um meio de se alinhar às exigências da transformação digital e de otimizar continuamente as forças de trabalho, o upskilling e reskilling é também um meio de fortalecer o relacionamento entre a empresa e os seus funcionários, garantindo benefícios para ambos.
Uma vez que o reskilling e upskilling estão ligados aos métodos de aprendizagem contínua adotados pela empresa, é fundamental que as práticas de qualificação adotadas sejam alinhadas aos seus objetivos.
Com atenção às recomendações de implementação que abordamos anteriormente, algumas dicas podem garantir que os programas de treinamento e desenvolvimento sejam mais eficientes. Confira:
Na aprendizagem adaptativa, como o próprio nome indica, os métodos de ensino são moldados de acordo com as características, interesses e aptidões específicas de cada colaborador.
Trata-se de um método muito valioso para o upskilling e reskilling, já que permite justamente direcionar os conteúdos e as práticas que os profissionais mais precisam para seu desenvolvimento ou readequação.
Para que sua aplicação seja possível, é fundamental contar com o apoio da tecnologia, com sistemas capazes de interpretar perguntas e respostas, traçar um perfil para os respondentes e orientar e metodologia mais adequada para o indivíduo.
Se a aprendizagem adaptativa depende diretamente de boas tecnologias, então é imprescindível contratar uma boa plataforma para desenvolver as estratégias de treinamentos online.
Soluções como a do UOL EdTech são especializadas nesta área, e têm como foco promover uma experiência de ensino personalizada, voltada às necessidades de cada profissional de conectar os objetivos do ensino à mensuração de seus resultados para a melhoria contínua dos processos adotados.
Para que o reskilling e upskilling gerem os resultados esperados, os colaboradores devem estar cientes de sua importância e de como eles podem valorizar suas carreiras.
Além disso, empresas sem uma sólida cultura de qualificação contínua podem ter funcionários não acostumados a utilizar ferramentas de aprendizagem adaptativa.
Nessas situações, é importante conscientizar e treinar a todos para que utilizem a plataforma adequadamente e se engajem em prol dos objetivos de desenvolvimento da organização.
Outro ponto importante é utilizar diversos formatos diferentes de conteúdo, pois isso ajuda a manter o interesse e a eficiência dos treinamentos.
Um funcionário pode aprender melhor lendo conteúdos escritos, enquanto outros são mais familiarizados com audiovisual, por exemplo. Leve isso em consideração na hora de personalizar os programas de qualificação.
Mais uma vez, reforçamos que boas plataformas de ensino adaptativo são de suma importância para atender a essa demanda, pois permitem a inserção de diversos formatos e a definição da jornada de ensino mais adequada para cada pessoa a partir deles.
Inserir uma cultura de reskilling e upskilling, bem como uma metodologia de aprendizagem adaptativa, pode ser uma tarefa complexa para boa parte das organizações.
Ao mesmo tempo em que as dificuldades relacionadas à implementação não podem impedir os negócios de aprimorar e desenvolver seus talentos, também é inviável impor transformações tão significativas de uma hora para a outra.
Sendo assim, além de investir em uma boa plataforma de ensino e de conscientizar os colaboradores sobre sua importância e meios de utilização, é fundamental planejar as suas etapas de adequação.
O ideal é começar com as funções mais básicas do sistema, com treinamentos mais breves e pontuais. A partir disso, obtenha feedbacks contínuos dos funcionários e, na medida em que os processos estão funcionando bem e de maneira natural entre todos, vá aplicando programas mais longos e avançados.
Para finalizar, uma boa maneira de facilitar a estruturação dos treinamentos contínuos ligados ao upskilling e reskilling é por meio de estratégias de microlearning.
Trata-se de uma técnica em que os conhecimentos passados aos profissionais são feitos por meio de conteúdos breves, que funcionam como pequenas pílulas de aprendizagem.
Essa é uma excelente maneira de dosar melhor os conhecimentos passados, de segmentar o conteúdo de maneira personalizada e de aderir os programas à rotina agitada dos colaboradores.
Além disso, essa é uma boa alternativa para empresas com times muito distribuídos, que podem receber os conteúdos com igual eficiência por meio de ensinamentos pontuais dentro de sua lógica adaptativa de absorção de conhecimento.
Como o reskilling e upskilling exigem atualizações constantes, o microlearning também torna mais simples e viável a adaptação dos conteúdos, já que é mais ágil e barato alterar pequenas partes do que materiais inteiros.