Como crescer na EAD - UOL EdTech
Manter o número de alunos e ainda crescer é um termômetro muito importante para sabermos que uma instituição de ensino está competitiva no mercado e que terá um futuro promissor.
No entanto, será que existe mercado para crescer no Ensino Superior em geral, e na EAD em particular?
A Análise Setorial da Hoper vem apontando que o número de alunos do Ensino Superior no Brasil deve permanecer no limite de aproximadamente 8 milhões de alunos no médio prazo (Klein, 2018). A queda no valor das mensalidades desde 2016 (Presse, 2018) confirma que a concorrência das Instituições de
Ensino Superior (IES) pelos alunos está aumentando. Estaremos, de fato, chegando ao limite de crescimento no Nível Superior? O que fazer, então, para enfrentar estes desafios e continuar crescendo?
Na verdade, se observarmos este cenário mais atentamente, veremos que há muitas oportunidades pouco exploradas pelas IES que podem trazer resultados surpreendentes. A primeira diz respeito ao fato de que há cada vez mais alunos em EAD no Brasil. Segundo o Censo do Ensino Superior do Inep, em 2017, 21,2% dos alunos optaram pela EAD. Em 2007, menos de 10% dos alunos faziam esta opção (DEED, 2018). Esses dados revelam que há cada vez mais alunos achando natural estudar a distância e conhecendo esta modalidade de perto. Alunos descobrem rapidamente quais são os modelos de curso mais adequados às suas necessidades e identificam em quais instituições preferem estudar, trocando de instituição, se necessário.
Se a sua IES for uma instituição que recebe alunos oriundos de outras instituições, provavelmente está no caminho certo. Se a sua IES estiver apresentando altos índices de evasão e perda para a concorrência, algo está errado. Neste caso, deve ser preciso fazer alguns ajustes de rota. Oferecer o tipo de abordagem e tecnologia que oferecem a experiência de aprendizagem que seu aluno deseja e merece é essencial para a sustentabilidade da IES. Sendo uma instituição de boa reputação, há outras áreas a serem exploradas que não oferecem nenhum limite demográfico: cursos de extensão curtos, médios e longos, pós-graduações lato sensu e stricto sensu, isto é, mestrados e doutorados (Capes, 2018).
Para se ter uma ideia do tamanho da demanda por cursos de pós-graduação, o Censo EAD.BR (ABED, 2018) regularmente contabiliza aproximadamente 4 vezes mais matrículas em cursos livres do que em cursos regulamentados. Além disso, estudos internacionais revelam que o profissional de hoje e do futuro precisará desenvolver novas habilidades com frequência cada vez maior, e que, cada vez mais, a responsabilidade sobre a formação continuada vai recair sobre o indivíduo e não sobre as empresas (Gallagher, 2018).
“O futuro da universidade é mais Universidade!”
A sua IES pode ser exatamente essa instituição à qual os alunos recorrem regularmente para obter atualização profissional, para desenvolver novas habilidades ou, simplesmente, para adquirir novos conhecimentos e ter mais uma experiência de aprendizagem junto a colegas e professores experientes.
Vale lembrar que não há nada mais conveniente, quando já se está trabalhando, do que participar de cursos híbridos ou totalmente a distância.
Surpreendentemente este filão ainda é pouco explorado pelas IES. Apesar de existirem ofertas de pós-graduação e MBA on-line, o público atendido tende a estar abaixo dos 40 anos, revelando que a maior atenção da EAD no Brasil recai sobre alunos em formação inicial. O mercado de profissionais experientes em transição de carreira ou em busca de ampliação de horizontes, simplesmente não está sendo atendido. É justamente este público que tem a maior capacidade de investimento na sua própria qualificação.
Seria possível argumentar que as IES no Brasil não investem tanto quanto poderiam em formação continuada porque a estrutura do emprego no país é predominantemente desqualificada. No entanto, apesar de isso ser verdade, entre os trabalhadores qualificados já é possível identificar os movimentos de retração das funções gerenciais médias e de trabalhos manuais e o aumento das oportunidades nas áreas de inovação, planejamento e respostas rápidas para problemas complexos (Fraga, 2018). Além disso, cada vez mais, as profissões técnicas demandam habilidades interpessoais e capacidade de trabalhar em grupo, exigindo o desenvolvimento das assim chamadas soft skills por todos os profissionais.
É claro que, para um aluno maduro decidir pagar por um curso e dedicar tempo aos estudos, ele tem de apostar que vai encontrar o que deseja ali: novos conhecimentos, novas habilidades, interação com pessoas interessantes ou até o desenvolvimento de novas estratégias de aprendizagem autônoma. Vale a pena compreender as expectativas dos alunos e oferecer cursos flexíveis, que exigem níveis variados de dedicação e aprendizagem. Não perca a oportunidade de fazer a diferença na vida de tantas pessoas com demandas tão prementes e de ser o seu parceiro para o crescimento profissional em várias etapas da sua vida. Os alunos estão esperando por estes cursos flexíveis e a distância!