Crise de Talentos nas empresas: Inovar para Enfrentar o Desafio do Apagão Profissional
Diante as rápidas transformações dos negócios também foi criado um desafio para as organizações: o “apagão” de profissionais qualificados para preencher posições específicas no mercado de trabalho.
Diversas empresas relatando dificuldades em preencher vagas cruciais. Segundo a ManpowerGroup, 80% das empresas no Reino Unido estão enfrentando a escassez de talentos, o maior índice em 18 anos, e a tendência não é diferente no Brasil.
Os principais motivos do apagão de profissionais são:
- Mudanças na composição do time de colaboradores: Jovens talentos representando um percentual grande do total de funcionários, times da organização precisando ser requalificados para novas habilidades e carreiras e a saída de profissionais experientes que passam a atuar em outras atividades;
- Inovação e Tecnologia: Avanços rápidos e transformação dos negócios estão provocando a necessidade de aquisição de novas habilidades específicas, que a força de trabalho ainda não consolidou;
- Programas de formação: estratégias de aprendizagem e programas de reskilling ainda não acompanham a evolução das necessidades do mercado com a mesma agilidade.
O “apagão” de talentos também cria potenciais impactos para os negócios dentre eles:
- Redução da Produtividade: A falta de profissionais com prontidão, devidamente mapeados e qualificados diminui a eficiência e a capacidade de inovação;
- Aumento de Custos: Investimentos adicionais em recrutamento, treinamento e remuneração para atrair talentos;
- Perda de Competitividade: Empresas podem perder terreno para concorrentes mais ágeis em atrair e reter talentos.
Apesar da desaceleração na demanda por contratações, o relatório de 2024 da Mercer revelou dificuldades em preencher as vagas disponíveis. Isso tem levado executivos de RH e líderes empresariais a adotarem abordagens mais inovadoras, como a contratação baseada em habilidades, que prioriza as competências e a experiência dos profissionais, em vez de fatores tradicionais como educação formal e histórico profissional.
Além disso, as empresas estão cada vez mais investindo em tecnologias e ferramentas de IA generativa para melhorar a coleta e análise de dados dos programas, para desenvolver modelos preditivos baseados em tendências futuras. O objetivo é aumentar a agilidade organizacional e a adaptabilidade aos diferentes contextos, além de facilitar o mapeamento e a avaliação das habilidades dos profissionais de forma mais eficaz. Com essas informações, a empresa consegue manter seu “talent marketplace” sempre atualizado, atendendo rapidamente às novas necessidades do negócio, criando planos de sucessão, de mobilidade interna e promovendo as habilidades futuras.
Essas estatísticas reforçam a necessidade de um novo olhar e de mudanças nas estratégias de gestão de pessoas das empresas.
Neste cenário, algumas estratégias e boas práticas são:
- Recrutamento Proativo: Investir em programas para jovens e fortalecer parcerias com instituições educacionais para identificar, desenvolver e manter talentos, desde cedo, alinhados com a empresa;
- Desenvolvimento Interno: Implementar programas robustos de treinamento e desenvolvimento contínuo que aprimorem as habilidades dos colaboradores e líderes, priorizando aplicações práticas e resultados no dia a dia;
- Cultura Organizacional: Criar um ambiente de trabalho atraente e transparente que promova o bem-estar, a diversidade e a inclusão, melhorando a retenção de talentos e reforçando o propósito coletivo;
- Tecnologia e Automação: Utilizar ferramentas de seleção, atração e desenvolvimento baseadas em assessment com IA para identificar profissionais de forma mais assertiva, focando nas recomendações de treinamento e automatizando processos internos operacionais, gerando ganhos efetivos de produtividade.
Compreender e enfrentar o “apagão” de profissionais é vital para a sustentabilidade e o crescimento das empresas. As lideranças precisam estar atentas às tendências do mercado e dispostas a investir em soluções inovadoras de médio e longo prazo para atrair, desenvolver e reter os melhores talentos.
Esse desafio exige que as empresas façam ajustes rápidos e sejam ágeis na adaptação de suas estratégias de gestão, desenvolvimento e avaliação de desempenho das pessoas, à medida que as condições e direcionadores de mercado evoluem. Refletir sobre essas mudanças é essencial para garantir um futuro próspero e resiliente.