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Descobertas da Neurociência: como elas favorecem a liderança

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Nas duas últimas décadas, cientistas ganharam uma visão nova e muito mais precisa da natureza humana e da mudança de comportamento devido à integração entre Psicologia e Neurociência. 

 

“As novas tecnologias revelaram conexões neurais inéditas no cérebro humano vivo ajudando pesquisadores a desenvolver um crescente trabalho teórico ligando o cérebro (o órgão físico) à mente (a consciência humana que pensa, sente, age e percebe)”, explicam David Rock (mentor) e Jeffrey Schwartz (pesquisador psiquiatra na Universidade da Califórnia), autores especialistas em gestão e cérebro. 

 

Segundo eles, essas descobertas são particularmente relevantes para líderes organizacionais. “Agora já se sabe que o comportamento humano no local de trabalho não funciona como muitos executivos pensam. Isso ajuda a explicar por que muitos esforços de liderança e iniciativas de mudança organizacional acabam fracassando. E também a entender o sucesso de empresas como a Toyota e a Springfield Remanufacturing Corporation, cujas práticas de chão de fábrica ou sala de reunião ressoam profundamente com as predisposições inatas do cérebro humano”, apontam. 

 

Continue a leitura e saiba mais sobre o assunto!  

 

Neurociência na liderança e estratégias para lidar com a resistência à mudança organizacional 

Rock & Schwartz acreditam que gestores que entendem os recentes avanços na ciência cognitiva podem liderar e influenciar mudanças conscientes.  

 

Por exemplo, alterações relacionadas à transformação organizacional que considera a natureza fisiológica do cérebro e as maneiras pelas quais isso predispõe as pessoas a resistir a algumas formas de liderança e a aceitar outras.  

 

“Isto não implica que a gestão - de mudança ou qualquer outra coisa - seja uma ciência. Há muita engenhosidade e trabalho nessa prática. De fato, várias conclusões sobre a mudança organizacional demonstram que engenhosidade e trabalho podem ser muito mais eficazes”, ressaltam. 

 

De acordo com os especialistas, pontos de vista como os listados por eles a seguir em um passado recente seriam considerados contrassenso ou ideias completamente equivocadas: 

 

Mudança é dor 

A mudança organizacional é inesperadamente difícil porque provoca sensações de desconforto fisiológico. 

 

Behaviorismo não funciona 

Os esforços de mudança baseados em incentivos e ameaças (a cenoura e o chicote) raramente são bem-sucedidos no longo prazo. 

 

O humanismo é superestimado 

Na prática, a abordagem empática convencional de conexão e persuasão não envolve suficientemente as pessoas. 

 

Foco é poder 

O ato de prestar atenção cria mudanças químicas e físicas no cérebro. 

 

Expectativa molda a realidade 

Os preconceitos das pessoas têm um impacto significativo no que percebem. 

 

Desafios na era da aprendizagem contínua 

Apesar das afirmações citadas no tópico anterior, poucos gestores se sentem confortáveis em colocar esses princípios em ação. 

 

“Na era digital, em que as pessoas são valorizadas por saber pensar diante de constantes mudanças, há uma pressão grande para melhorar a maneira como aprendemos. Talvez essas descobertas sobre o cérebro possam começar a puxar a cortina para um novo mundo de melhoria de produtividade e para nossa capacidade de produzir mudanças positivas e duradouras em nós mesmos e nas pessoas ao nosso redor”, concluem Rock & Schwartz. 

Texto por Rodrigo de Godoy, Diretor de Arquitetura Educacional e Soluções Integradas do UOL EdTech.    

  

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